Acirradíssima corrida à cadeira da presidência da Assembleia Legislativa de Goiás conta com enredo místico a ser analisado. Desde 2014, todos os parlamentares que assumiram o comando da Casa, “enterraram” suas pretensões políticas.

Vamos a retrospectiva, em ordem cronológica inversa. A terceira e mais recente “vítima” da lenda é o atual presidente do parlamento goiano, deputado Lissauer Vieira (PSD), a história do seus quatro anos de mandato teve um fim “melancólico”. Após tentativas frustradas de deputado federal, vice-governador e senador. Lissauer virou coordenador de campanha do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e agora com a caneta esvaziada pleiteia vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Nos últimos quatro anos, Vieira conquistou um protagonismo invejável, afinal, o parlamentar mostrou habilidade em sua gestão à frente da Alego. Mesmo com essa bagagem, Lissauer pode não conseguir a vaga de conselheiro no TCM, sendo frustrada, o presidente deve deixar os anseios políticos de lado e dedicar-se aos negócios da família.

A segunda “vítima” chama-se Jose Vitti (sem partido). O ex-deputado comandou o legislativo por dois anos, de 2017 a 2019. Mais comedido com suas pretensões políticas, nas eleições 2018 Vitti desistiu de concorrer por motivos de saúde, há época.

Tentando retomar as ambições políticas, em 2021, Vitti ficou à frente da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC) por quase nove meses, o ex-deputado saiu da pasta para articular sua candidatura. Porém, dessa vez, após anunciar que tentaria retornar a Alego, Vitti desistiu de concorrer a uma das 41 cadeiras para se dedicar aos negócios da família e ao Grupo Vitti, que é comandado por ele.

Coincidência, ambos perderam os pais e tiveram que assumir os negócios familiares. Nos caso de Lissauer, a pouco menos de um ano do pleito e Vitti, a três anos das eleições.

Por último, a primeira “vítima” é o deputado Helio de Sousa (PSDB), presidente da Casa entre 2014 e 2017, também teve suas aspirações frustradas. Reeleito nas eleições de 2018 em plena crise do PSDB. Dessa vez, no pleito de 2022, o parlamentar ampliou o horizonte à vaga na Câmara Federal, mas não obteve êxito, sendo derrotado nas urnas e ficando como segundo suplente do partido.

Dada largada à presidência do legislativo goiano, os três principais nomes do União Brasil – Bruno Peixoto, Lincoln Tejota e Virmondes Cruvinel – que saíram à frente na disputa devem ficar atentos a misticidade, afinal, aglutinar apoio para eleição do comando da Casa, não é tarefa fácil.