Com a ausência de Demóstenes Torres, da direita ideológica, predominou o discurso de uma direita que, aceitando provocações da esquerda, fica com a imagem de truculenta

Conhecido como fênix do Cerrado, Demóstenes Torres, absolvido pela Justiça, tenta retomar o mandato de senador — o que, se conseguir, sepultará a incipiente carreira política de Wilder “Money” Morais — e deve ser candidato a deputado federal ou senador (posto que ele prefere) em 2018. Inicialmente, antes da absolvição, quatro partidos já disputavam seu passe. Mas eram partidos pequenos, como PSL, PMN e PHS. Agora, pelo menos 12 partidos estão no seu encalço. Mas a tendência é que ele se filie ao PTB dos deputados Jovair Arantes e Henrique Arantes, os primeiros a procurá-lo, ou ao PP do senador Wilder Morais.

Quem pensava que o capital eleitoral de Demóstenes Torres havia acabado enganou-se. O ex-senador é bem-visto pela sociedade e, mesmo no Congresso Nacional, costuma se dizer que seu pensamento e projetos liberais estão fazendo falta. Na sua ausência, consolidaram-se, no Senado e na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado, do DEM, e Jair Bolsonaro. São políticos de direita, mas de escassa consistência filosófica e, por isso, aceitam as provocações certeiras da esquerda e acabam ficando com a imagem de políticos truculentos. Demóstenes Torres, quando provocado pela esquerda, reagia com firmeza mas intelectualmente e costumava pôr todos no bolso. Tanto que, como não conseguiam vencê-lo nos debates, petistas começaram uma tentativa de cooptação, com o senador Aloizio Mercadante na linha de frente.