Em 2016, os eleitores de Pires do Rio (no Sudeste de Goiás) se uniram para dar um mandato a Cleide do Gullas — que obteve 61,35% dos votos válidos — e impor uma derrota à empresária Cida Tomazini.

A boa intenção dos eleitores, que apostaram na alternância de poder ao colocar uma pessoa do povão na prefeitura, não surtiu efeitos positivos. Por falta de experiência, Cleide do Gullas — que era dona de um pit-dog (ou pastelaria) — fez uma administração considerada desastrosa. O desenvolvimento de Pires do Rio, no lugar de avançar, recuou em progressão geométrica.

Cleide Veloso: ex-prefeita de Pires do Rio | Foto: Reprodução

Por isso, na eleição seguinte, Cleide do Gullas nem disputou mandato. Ficou fora do processo. Seu desastre administrativo levou Cida Tomazini mais uma vez ao poder, com 50,17% dos votos válidos. O empresário Hugo do Laticínio ficou em segundo lugar, com 35,01%.

No poder, Cida Tomazini não fez uma gestão ruim. Mas o fato de ser rica e parecer distante das pessoas comuns — como se fosse de uma frieza glacial — levou-a uma nova derrota, em 2024, agora para Hugo do Laticínio, que obteve 52,85% dos votos válidos. A então gestora ficou com 36,15%.

Cida Tomazini: eleitores já sentem saudade da ex-prefeita de Pires do Rio | Foto: Reprodução

Hugo do Laticínio assumiu nos braços do povo, prometendo o Céu na Terra. Porém, uma vez no poder, em vez de administrar a cidade — melhorando a saúde (é sua missão, por isso não pode ficar culpando os outros) e a educação —, fica discutindo (e perdendo tempo) nas redes sociais.

Consta que, nos bastidores, já há pessoas fazendo novena e pedindo a volta de Cida Tomazini.

Nas ruas, em tom de pilhéria, as pessoas já estão chamando Hugo do Laticínio de Cleido do Laticínio. O prefeito vai mal. Muito mal.

Espera-se que, amadurecendo, cuide mais da prefeitura e brigue menos. Ele não foi eleito para brincar nas redes sociais, e sim para melhorar a vida do povo de Pires do Rio. É o recado da realidade. Cleido do Laticínio — que seria um político bem-intencionado e correto — precisa acordar. Antes que perca o prenome Hugo e tenha de adotar, em caráter definitivo, Cleido. (E.F.B.)