Possíveis novos secretários do governo de Ronaldo Caiado

30 outubro 2022 às 00h00

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O governador Ronaldo Caiado está preocupado com a reformatação de seu secretariado, porém, cuidadoso, não vai fazê-la a toque de caixa. O que se sabe é que quer uma equipe mais proativa, não provinciana e que pense em projetos relevantes (e, sobretudo, que saiba arrancá-los do papel). Ele quer conquistar o país. O governador já tem dimensão nacional, mas precisa que o governo o acompanhe.
Sabe-se que há áreas inegociáveis e, portanto, Ronaldo Caiado vai indicar os titulares: Saúde, Educação, Economia, SSP, Goinfra, Detran. Os demais cargos serão objeto de articulações políticas, o que não quer dizer que qualquer pessoa, só por ter padrinho político forte, será aceita como membro do primeiro escalão do governo. De fato, o segundo governo será mais político, mas sem deixar de manter o espírito técnico. Veja-se alguns exemplos.

Alexandre Baldy é presidente do pP. Mas não é meramente político. É empresário, foi secretário da Indústria e Comércio, deputado federal, ministro das Cidades e secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo. Portanto, é um político que não deixa de ser técnico e experimentado. Chegou a ser cotado para a Saneago, porém, como dirige um partido político, não pode assumir a presidência da companhia. Então, seu nome voltou a ser cotado para a Secretaria de Indústria e Comércio (ou para o Planejamento). A SIC também é disputada pelo senador eleito Wilder Morais, não para ele, e sim para algum aliado. O líder do PL pode indicar alguém para a Saneago? Não se sabe.

Comenta-se que a Codego pode ficar sob o controle de um executivo de Anápolis, possivelmente indicado pelo prefeito Roberto Naves (pP).
Vilmar Rocha, cotado para a Casa Civil, é, claramente, político. Mas não só. É advogado, professor de Direito, foi deputado federal por vários anos e secretário do Meio Ambiente do governo do Estado. Portanto, tem uma formação técnica das mais requintadas. Por isso, e pelo fato de ter sido professor — aposentou-se —, também é cotado para a Secretaria da Educação (ressalve-se que área pertence à cota de Ronaldo Caiado), sobretudo se Fátima Gavioli optar por voltar para Rondônia. Ela teria, inclusive, convite de outros Estados. A secretária tem dito que aprecia “novos desafios”.
Há indícios de que Vilmar Rocha, se não assumir uma secretaria, poderá indicar o deputado federal Francisco Júnior e/ou o ex-deputado estadual Simeyzon Silveira, ambos do PSD. O nome de Francisco Júnior chegou a ser mencionado para a Casa Civil ou para Planejamento.

Para a Secom, o nome mais cotado, no momento, é o do jornalista e pesquisador Gean Carvalho. Trata-se um profissional altamente qualificado. Ele ficaria na cota do MDB. Chegou-se a pensar na contratação de um jornalista de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília, com trânsito nacional, para divulgar, de maneira mais ampla, o que o governo de Goiás está fazendo e planeja fazer. Ronaldo Caiado tem ambições presidenciais, mas seus feitos no Estado ainda são pouco conhecidos no país.
Entretanto, pela experiência de Gean Carvalho, que divulgou muito bem o governo de Maguito Vilela no país, pode-se optar por um profissional de Goiás para a Secom e, quem sabe, de um assessor de Imprensa com verniz nacional.

Para o Detran, o mais cotado é o advogado Marcos Roberto, que moralizou o órgão. Os dirigentes atuais serão remanejados. Já estaria acertada a saída deles, possivelmente, na terça-feira, 1º. O Podemos não elegeu nenhum deputado federal nem estadual; consequentemente, perdeu força política para ocupar cargo no primeiro escalão. Já o PRTB, que elegeu deputados estaduais, terá presença no governo, possivelmente no primeiro escalão.
Tiago Mendonça fica na Secretaria da Agricultura, se bancado pelo deputado federal José Mário Schreiner (MDB), presidente da Faeg, e pela deputada federal eleita Marussa Boldrin (MDB). Os três são aliados políticos. Marussa Boldrin foi a segunda mais votada em Morrinhos (terra de Mendonça), atrás apenas de Evandro Magal, do Patriota.
Cristiane Schmidt planeja continuar na Secretaria da Economia, que pode voltar a ser chamada de Secretaria da Fazenda. Comenta-se, nos bastidores, que precisa resolver os contenciosos com sua equipe. A executiva e seu braço direito — um técnico cearense — estariam atritados.

O nome do engenheiro Pedro Chaves, do MDB, tem sido ventilado para a Secretaria de Meio Ambiente (a secretária atual, Andréia Vulcanis, não ficará no cargo) e, inclusive, para a Saneago.
Pedro Sales está confirmado na Goinfra e na Agehab, que podem ser juntadas na Secretaria de Infraestrutura.
Na cota do MDB, Célio Silveira só não vai para a Secretaria do Entorno do Distrito Federal se não quiser. Depois de ler a entrevista de Ronaldo Caiado ao Jornal Opção, na qual o governador disse que a secretaria terá estrutura e não será decorativa, o deputado federal entusiasmou-se. Ele quer abrir espaço para o primeiro suplente do MDB, Márcio Corrêa, assumir o mandato pelo menos entre 2023 e 2024. Corrêa será candidato a prefeito de Anápolis em 2024. É apontado como favorito.

Lissauer Vieira, se não for para o TCM, é cotado para substituir Ernesto Roller na Secretaria de Governo. Ele também tem sido citado para uma assessoria especial, já que tem dito que precisa de cuidar dos negócios da família em Rio Verde.
O titular da Secretaria-Geral da Governadoria, Adriano Rocha Lima, tem sido mencionado como possível ocupante da Secretaria do Planejamento, a ser recriada. Técnico criativo e moderno, Rocha Lima é um dos formuladores do governo. Deve ser a figura-chave da reformatação do governo de Ronaldo Caiado. A ideia é melhorar o governo no conjunto e transformá-lo numa referência nacional.

César Moura é cotado para trocar a Secretaria da Retomada, que deve ser extinta, pela Secretaria de Cultura. Dada sua eficiência técnica, seu nome também tem sido ventilado para o Planejamento e para a Secretaria de Desenvolvimento ou para a Secretaria de Emprego e Renda.
O deputado federal Lucas Vergílio, do Solidariedade, deve ser indicado para a Secretaria de Esporte.

O grupo de Iris Rezende deve ser contemplado com uma secretaria. Paulo Ortegal pode assumir a Secretaria de Governo ou do Planejamento. Frise-se que Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, é quem deve fazer a indicação.