Por que o PMDB de Iris Rezende prefere Ronaldo Caiado ao PT?
11 julho 2015 às 10h00

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A pergunta do título foi feita a quatro políticos de Goiás: dois peemedebistas, um petista e uma pessoa ligada à base governista. A intenção foi saber os motivos que levaram à separação PMDB-PT e à união PMDB-Caiado — o DEM de Goiás é visto como sendo o Senador Ronaldo Caiado, uma vez que os prefeitos debandaram e o presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, é mais PSDB que DEM.
As respostas variam quanto às palavras, mas os sentidos convergem. O político da base é objetivo: “Prefere porque enxerga no Caiado uma ascensão que vai em sentido contrário ao PT nacional”.
O petista afirma que seu partido realmente não tem vivido um bom momento, sobretudo nacionalmente, mas que considera isso um bom caminho, pois “permite ao PT se distanciar da figura de Iris Rezende, algo que o prefeito Paulo Garcia, mesmo que lentamente, já começou a fazer. Veja quantas oportunidades para se renovar o PMDB perdeu. E agora importa a renovação pela via do Caiado.”
Já o peemedebista chega a dizer que, na hora “h”, a necessidade fará a união das três forças. Porém, a afirmativa é mais movida pela vontade que pela análise. Há três fatos que impedem uma aliança envolvendo PT e Caiado:
1) A forte oposição que o democrata faz contra o governo Dilma no Senado;
2) O iminente processo movido pelo ex-presidente Lula contra o senador;
3) As duras críticas feitas à gestão do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Chamou-o de “inoperante” e “preguiçoso”.
Isto é, para Caiado, se unir ao PT de Paulo seria agora uma incoerência sem tamanho. Não há volta. E por que o PMDB não larga mais o democrata? Caiado tem gastado grande parte de seu tempo percorrendo o interior do Estado articulando as candidaturas dos peemedebistas para as eleições do ano que vem. “Tem feito um trabalho que Iris, devido à idade, não consegue”, aponta outro peemedebista. Além disso, há 2018. Sem um nome da confiança de Iris no PMDB, Caiado é o único que poderá ocupar o cargo.