Por que ninguém quer a filiação de Gustavo Mendanha? PSD, pP e PL dizem não ao prefeito

03 março 2022 às 18h58

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Confira quatro motivos para os partidos rejeitarem a filiação de Gustavo Mendanha, o maior abandonado da política de Goiás. Falta de lealdade é uma das questões
A ciência política ainda não se atentou para um fato: por que os grandes partidos não querem Gustavo Mendanha como candidato a governador?
O PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha, do senador Vanderlan Cardoso e do ex-ministro Henrique Meirelles disse “não” ao prefeito de Aparecida de Goiânia.
O partido Progressistas, o pP, do ex-ministro Alexandre Baldy, do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, e do deputado federal Adriano do Baldy disse “não” ao ex-emedebista.
O PL também disse um rotundo “não” a Mendanha. A cúpula nacional do partido “atropelou” Magda Mofatto e decidiu que seu candidato a governador será o deputado federal Major Vitor Hugo. Por quê? Porque o militar reformado é leal ao presidente Jair Bolsonaro.
Fica a pergunta: por que, realmente, ninguém quer Mendanha? Ele acabará tendo de se filiar à “ong” Patriota ou ao PSDB, o partido da decadência sem elegância?
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Primeiro, há o problema da “lealdade”. Na disputa de 2020, Mendanha disse a Vilmar Rocha que seu vice seria Veter Martins, do PSD. Em seguida, Rocha foi traído, sem nenhum aviso, e Martins foi trocado por Vilmar Mariano, hoje no Podemos. Perguntem a Rocha e ele confirmará o dito aqui.
Em seguida, depois de ter sido apoiado para prefeito por Maguito Vilela e Daniel Vilela, Mendanha decidiu não apoiar a composição do presidente do MDB, Daniel Vilela, com o governador Ronaldo Caiado (DEM). Esquecendo-se que havia sido eleito, duas vezes, às custas da boa imagem dos Vilelas, Mendanha, no fundo, queria ser o vice de Ronaldo Caiado.

Portanto, além de “trair” os Vilelas, Mendanha também “traiu” o MDB.
A pergunta de 1 bilhão de rublos é: qual vai ser o próximo a ser traído? Bolsonaro certamente não é, porque o Major Vitor Hugo não tem nada de bobo. Por isso se tornou um crítico contundente de Mendanha. Os traídos serão Jorcelino Braga (Patriota), o primeiro, Marconi Perillo, o segundo, e Vilmar Mariano, o terceiro? (Sabe-se que, em 2024, Mendanha apoiará Max Menezes para prefeito de Aparecida de Goiânia, e não Vilmar Mariano.)
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Segundo, Mendanha quer ser apoiado, mas não quer apoiar. Seus interlocutores dizem que ele quer o apoio de Bolsonaro ou de Sergio Moro, mas não quer apoiá-los. Porque pretende ficar neutro em termos de eleições presidenciais. Ao perceber que, numa eleição majoritária, é preciso ser bancado por uma frente ampla, começou a correr atrás de Bolsonaro, que não se mostrou interessado em recebê-lo.
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Terceiro, falta consistência — quer dizer, conteúdo — a Mendanha. Governar um Estado — como mais de 7 milhões de habitantes e 246 municípios — não é o mesmo que gerir um município como Aparecida de Goiânia. O prefeito não tem experiência administrativa suficiente, nem traquejo nacional, para gerir um Estado como Goiás.
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Quarto, as pesquisas mostram Mendanha em terceiro lugar, atrás de Perillo. Não só. O prefeito está estagnado, ou seja, sem expectativa de poder. Tanto que já teria encomendado parecer sobre a possibilidade de disputar a Prefeitura de Goiânia em 2024.