Nos bastidores, Abadiânia estaria vivendo uma espécie de “guerra fria” entre o prefeito Dr. Itamar (PP) e seu antecessor e então aliado, Zé Diniz (PP). O motivo seria o pesado rombo herdado quase R$ 37,5 milhões, cenário que teria estremecido de vez a relação política entre os dois.

Apesar de Zé Diniz ter apoiado a eleição de Itamar e ambos serem filiados ao Progressistas, o déficit deixado pelo antecessor acabou deteriorando a relação entre os políticos e aliados de Itamar. Atualmente, a tensão permanece nos bastidores, configurando uma “guerra fria”.

Segundo o documento, cerca de R$ 7,3 milhões correspondem a dívidas de curto prazo, enquanto R$ 30 milhões são de longo prazo. Esse último valor quase triplicou em relação ao início do segundo mandato do ex-prefeito. A maior parte da dívida fundada – ou seja, de longo prazo – é com a Equatorial Energia, o fundo municipal de previdência social e uma operação de crédito com o Banco do Brasil.

O relatório aponta que, em 31 de dezembro de 2024, o resultado fiscal indicava um déficit de R$ 8,5 milhões. Na época, o valor disponível em caixa era de quase R$ 1,7 milhão, mas havia restos a pagar no total de R$ 3,3 milhões, além de uma dívida previdenciária de aproximadamente R$ 3,7 milhões e despesas a liquidar no valor de R$ 2,4 milhões.

O texto também aponta que, devido à atual situação financeira do município, o prefeito precisará realizar um ajuste fiscal, além de desenvolver um planejamento financeiro e renegociar as dívidas. Também será necessário implementar medidas de transparência e controle para evitar novos problemas no futuro.

Ao mesmo tempo, o município também foi questionado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por uma ação civil pública contra a prefeitura. O alvo são os gastos do 6º Rodeio Country. Segundo o promotor Lucas César Costa Ferreira, a gestão municipal contratou quatro shows por R$ 1,44 milhão, incluindo nomes como Bruno & Marrone e Paula Fernandes, além de R$ 751 mil em estrutura e R$ 205 mil para apresentação de Gian & Giovani na Romaria de Nossa Senhora da Abadia.

Comenta-se que esses contratos chamaram atenção pelo peso no orçamento: R$ 2,39 milhões comprometidos, quase três vezes o previsto para eventos culturais em 2025, que era de R$ 800 mil. Fora a situação de déficit que o município enfrenta.