PL e Gustavo Gayer podem fechar aliança com Daniel Vilela sem Wilder Morais?
29 novembro 2025 às 21h00

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Wilder Morais é um senador ruim, do baixo clero? A rigor, não é. Não se tem notícia de envolvimento do presidente do PL Goiás em falcatruas. Seus negócios, até onde se sabe, são limpos (construtora, shoppings).
Entretanto, em termos estritamente políticos, Wilder Morais pensa mais no projeto pessoal do que no projeto coletivo do PL e de seus membros. É seu calcanhar de aquiles.
Uma candidatura de Wilder Morais a governador mais enfraquece do que fortalece os prefeitos e os candidatos a deputado e senador do PL no Estado. O senador está pensando nisto? Aparentemente, não.
O deputado federal Gustavo Gayer — o nome mais forte do PL no Estado (pode-se dizer que o PL e Gayer são uma coisa só) — respeita Wilder Morais.
Por respeitar Wilder Morais, que é o presidente do PL, Gayer vai esperar um pouco mais. Quer dizer: vai verificar se o senador tem mesmo alguma viabilidade eleitoral. No momento, de acordo com as pesquisas divulgadas — as sérias —, aparece em terceiro lugar, bem atrás do líder, Daniel Vilela, do MDB, e também atrás de Marconi Perillo, do PSDB.
Como se sabe, a eleição será disputada daqui a 10 meses. Enquanto Daniel Vilela e Marconi Perillo já estão aquecidos para entrar em campo, Wilder Morais se comporta como aquele jogador que, quase sempre contundido, não consegue nem mesmo se aquecer.
Gayer vai carregar o candidato-mochila?
A tradição reza que o candidato a governador precisa carregar as chapas majoritárias e proporcionais. No caso de Wilder Morais, está se dando o inverso: ele precisa ser carregado, e notadamente por Gustavo Gayer, o político mais popular do PL em todo o Estado de Goiás.
Porém, como terá uma campanha para senador, que é pesada, Gustavo Gayer dificilmente terá condições de “carregar” o candidato-mochila, quer dizer, Wilder Morais.
O mais realista, tanto para Gustavo Gayer quanto para os candidatos a deputado federal do PL, é uma composição com Daniel Vilela, o pré-candidato do MDB a governador e que lidera todas as pesquisas de intenção de voto e conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado, o político mais popular de Goiás (sua aprovação beira 90%).
O que Gustavo Gayer fará? O deputado é, sem dúvida, “barulhento” nas redes sociais (um dos mais profissionais do país). Mas, em termos estritamente político-eleitorais, articula nos bastidores de maneira discreta, mas com desenvoltura.
Gustavo Gayer mantém excelente relacionamento com Ronaldo Caiado, apesar de arestas eventuais, e estaria se aproximando de Daniel Vilela.
Major Vitor Hugo pode ser vice?
O que mais se comenta, nos bastidores do PL, é que Gustavo Gayer será senador na chapa de Daniel Vilela e Gracinha Caiado, pré-candidata a senadora pelo União Brasil. Está definido? Ainda não. Mas as articulações estão sendo ampliadas para a formatação desta chapa.
Uma fonte disse ao Jornal Opção que o PL estaria exigindo a vice para o vereador Major Vitor Hugo para compor com Daniel Vilela. “A informação não procede. No caso de composição, só Gustavo Gayer, do PL, irá para a chapa majoritária”, assinala um membro de proa do Partido Liberal.
O mesmo membro do PL acrescentou: “A chapa majoritária será assim — Daniel Vilela para governador, Adriano da Rocha Lima na vice e Gracinha Caiado e Gustavo Gayer para o Senado”.
O repórter do Jornal Opção perguntou: “José Mário Schreiner não está mais cotado para a vice?” A resposta: “Continua cotado. Mas, se Gayer participar da chapa, Schreiner perde força. Porque a chapa ficará muito forte”. Faz sentido? Parece.
O PL e Gustavo Gayer podem fechar uma aliança com Daniel Vilela sem Wilder Morais. “Não acredito. Wilder irá junto”, afirma a fonte. “Mas que ninguém se iluda: a articulação do PL em Goiás passa por Gayer e não por Wilder. Falo em termos de decisão.” (E.F.B.)
