Parte do núcleo duro começa a recomendar que o ex-emedebista permaneça na Prefeitura de Aparecida de Goiânia

Antônio Gomide, deputado estadual do PT, e o prefeito Gustavo Mendanha, de Aparecida de Goiânia: amigos | Foto: Secom da Prefeitura de Aparecida de Goiânia

Depois de menosprezar o presidente Jair Bolsonaro, negociando com o PT de Lula da Silva e com o Podemos de Sergio Moro, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, tentou, de várias maneiras, aproximar-se do chefe do Executivo federal. Teria chegado a pensar em até ir ao cercadinho de Brasília, mas foi informado que o presidente anda distante de lá. Com muito custo, chegou até o senador Flávio Bolsonaro, que, depois de quatro minutos de conversa, o dispensou.

Mal-informado sobre as relações de Bolsonaro em Goiás, Mendanha teria pensado que a deputada federal Magda Mofatto (PL) era a principal interlocutora do presidente em Goiás. Não era, não é.

Jair Bolsonaro e Major Vitor Hugo: o deputado federal é o verdadeiro porta-voz do presidente da República em Goiás| Foto: Divulgação

O interlocutor-chave de Bolsonaro em Goiás é o deputado federal Major Vitor Hugo (do PSL, mas a caminho do PL). Até os postes e meninos de 5 anos das cidades de Caldas Novas e Aparecida de Goiânia sabem disso. Menos Mendanha.

Quando Major Vitor Hugo bate duro — duríssimo — em Mendanha, postulando que se trata de fake news (ou um então um “similar” ou “genérico”) —, a voz é do deputado federal, mas o recado é de Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Repetindo: quem articula para o presidente em Goiás é o deputado Major Vitor Hugo. Ele é o porta-voz de Bolsonaro no Estado.

Num vídeo divulgado na segunda-feira, 7, Major Vitor Hugo deixou claro que é pré-candidato a governador de Goiás. E, claro, com o apoio de Bolsonaro. De maneira implícita, o parlamentar sugere que Mendanha é um candidato “fake news” e que não é conservador o suficiente. Chegou ao Palácio do Planalto a informação de que o jornalista Ozéias Laurentino, um dos mentores do prefeito (e seu secretário de Comunicação), é filiado ao PT.

Mofatto tem dito a aliados que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto — este, sim, interlocutor de Bolsonaro, mas em Brasília —, a liberou para apoiar Mendanha.

André Luis Rosa, secretário da Fazenda; Fábio Passaglia, secretário de Governo e Casa Civil, Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, e Gustavo Mendanha, prefeito de Aparecida de Goiânia — em São Paulo | Foto: Divulgação

O problema é que Mendanha não consegue um partido consistente ao qual se filiar. O PL de Bolsonaro pode bancá-lo? Até pode. Mas, primeiro, Major Vitor Hugo terá de ser adulado pelo prefeito, que sempre menosprezou o deputado, chegando a chamá-lo, segundo um parlamentar, de “deputado-mochila” (no sentido de que teria sido carregado nas costas pelo deputado federal Delegado Waldir Soares).

Sem o PL, que o está rifando, Mendanha se filiará em qual partido? Nem ele mesmo sabe. “Como se sabe, o Patriota não chega a ser um partido. É mais uma ONG, no sentido que não tem estrutura partidária e nem recursos suficientes para bancar uma candidatura a governador. Resta a Gustavo o Podemos. Porém, como o prefeito não quer apoiar Sergio Moro para presidente da República, o Podemos não deve acolhê-lo”, afirma um deputado.

Parte do núcleo duro de Mendanha já estaria o orientando que talvez seja mais realista permanecer na Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Tal núcleo começa a perceber que o prefeito está, politicamente, isolado, ilhado.

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