O candidato do PDT será a principal vítima do crescimento do postulante do PT. Não há espaço, no segundo turno, para dois nomes da esquerda

A pesquisa do CUT/Vox Populi, que apresenta Fernando Haddad, do PT, com 22% — contra 18% de Jair Bolsonaro —, certamente não foi feita num sindicato filiado à CUT. Só precisa ser confirmada por institutos de pesquisa que não tenham a imagem de “petista”.

Mas, independentemente de pesquisa, Fernando Haddad, devido ao apoio de Lula da Silva e do PT, tende a crescer e a polarizar com Bolsonaro. É a esquerda puxando a direita e a direita puxando a esquerda. Os extremos se atraindo — radicalizados.

A principal vítima da ascensão de Fernando Haddad não será Bolsonaro, e sim Ciro Gomes. Este, dada sua relativa força no Nordeste, aparecia em segundo lugar e agora tende a cair para terceiro ou quarto lugar — atrás de Bolsonaro, Fernando Haddad e, talvez, Marina Silva (que também deverá ser afetada pelo crescimento do petista).

Dois candidatos de esquerda certamente não irão para o segundo turno. A tendência é a direita e a esquerda disputaram a finalíssima. E Geraldo Alckmin? Para chegar à segunda etapa, precisa tomar votos de Álvaro Dias, João Amoêdo e Henrique Meirelles, candidatos de centro. Embolado, o centro enfraquece seu principal candidato — o tucano de São Paulo.