COMPARTILHAR

O deputado federal Ismael Alexandrino, do PSD, e Darlan Braz, da equipe de Vanderlan Cardoso, são peremptórios: o senador, “custe o que custar, aconteça o que acontecer”, será candidato a prefeito de Goiânia. Primeiro, porque não tem nada a perder. Portanto, não recuará. Segundo, porque, mesmo se não for eleito, terá fortalecido seu nome para a disputa da reeleição em 2026. Ou até a disputa do governo do Estado, com o apoio do PT e do presidente Lula da Silva.

Esta é a versão oficial. Mas, nos bastidores, lá no fundão dos bastidores, há quem admita, mesmo entre aliados do senador, que a história pode ser outra. Dois políticos, um de Senador Canedo e outro de Goiânia, sob anonimato, disseram o seguinte, em circunstâncias diferentes (o que vai a seguir é uma síntese do que falaram): “Vanderlan Cardoso é um dos políticos mais frios, calculistas e astutos de Goiás. Ele vai manter seu nome no páreo. Porém, se começar a cair e antes de cair muito, ele pode ampliar as conversações com o pré-candidato do União Brasil a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel”.

Por que Vanderlan Cardoso decidiria abrir diálogo com Sandro Mabel? “Na verdade, não é abrir diálogo com Sandro. Os dois já estão conversando, e com frequência”.

Vanderlan pode abrir mão da disputa? “Até pode. Mas o que ganhará com isto? O prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, pode sair do páreo e apoiar a mulher do senador, Izaura Cardoso, que está em terceiro lugar? Para a disputa de 2026, a base governista teria como apoiar a reeleição de Vanderlan? Sandro teria condições de dar esta garantia?”

Acrescente-se que os aliados de Vanderlan Cardoso não admitem que ele esteja atrás, nas pesquisas de intenção de voto, de Gustavo Gayer, do PL, e de Adriana Accorsi, do PT. Darlan Braz postula que “o verdadeiro líder é Vanderlan Cardoso”.

Uma pessoa da assessoria de Imprensa do senador estaria dizendo que, se ele perder, mudará de Goiás. O jovem, até por inexperiência, está radicalizado e, irado, se comporta como “dono” do senador — que estaria se cansando das “encrencas” criadas por ele nas redações. “A queda de muitos assessores costuma acontecer quando pensam que estão bem no alto”, afirma um aliado de Vanderlan Cardoso. O “poderoso chefinho”, sem um grama de bom senso, anda dando broncas até em Ismael Alexandrino. O aspone (ou asponerino), por sinal, não tem apreço algum por Izaura Cardoso, que, com sua candidatura em Senador Canedo, estaria “atrapalhando” as articulações de Vanderlan em Goiânia. (E.F.B.)