Bastidores
Tancredo Neves disse uma vez a um político que havia sido eleito pela primeira vez para um cargo majoritário: “Meu filho, entenda bem, porque, se não entender, não conseguirá ser um administrador eficiente e, portanto, não terá futuro político. No primeiro dia depois da posse, é preciso que perceba que seu maior adversário passará a ser seus aliados. Portanto, cuidado com eles”.
O advogado e economista Fernando Navarrete assume a Secretaria da Fazenda do governo de Goiás talvez até antes de dezembro. A secretária Ana Carla Abrão Costa, ao aceitar a Secretaria de Finanças do governo de João Dória, prefeito eleito de São Paulo, pode antecipar a sua saída.
Se assumir mais cedo, Fernando Navarrete vai operar, pelo lado do governo, a venda da Celg. Presidente da Celg GP, é apontado como um executivo eficiente e que entende do assunto energia elétrica como poucos.
Fernando Navarrete terá como uma de missões a manutenção do ajuste fiscal do governo. Goiás integra a lista dos Estados que não quebrados, graças ao ajuste que começou não em 2015, no segundo governo, e sim em 2014.
Há um consenso no meio político que o jornal “O Popular” está jogando abertamente contra a candidatura de Vanderlan Cardoso. Não se sabe se por orientação do proprietário. Mas uma repórter teria confidenciado a colegas que crítica o candidato do PSB a prefeito de Goiânia a pedido. Ao mesmo tempo, a garota não faz nenhuma crítica ao candidato do PMDB, Iris Rezende.
Se o jornal jogasse limpo logo, admitindo que tem lado, ninguém teria o direito de reclamar. Jornais e revistas podem, sim, apoiar um candidato. O que não pode camuflar suas posições, fazendo um jornalismo parcial como se estivesse fazendo jornalismo totalmente isento (algo que é pura ficção).
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Foto: Bruna Aidar/ Jornal Opção[/caption]
O núcleo político do governo já dá como irreversível a debandada da senadora Lúcia Vânia da base governista para 2018, principalmente agora que a filha Ana Carla Abrão Costa deixa o governo e está de volta para São Paulo.
Desde a definição do apoio do governador de Goiás, Marconi Perillo, ao candidato do PSB a prefeito de Goiânia, Vanderlan, Lúcia Vânia não conversou mais com ele.
Lúcia Vânia colocou resistência ao acordo, batendo na tecla que 2016 não tem nada a ver com 2018, embora nem Marconi ou Vanderlan tenham cogitado o assunto.
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Governador Marconi cumprimenta o apresentador Sandes Júnior | Foto: Rodrigo Cabral[/caption]
O governador Marconi Perillo teria dito que Sandes Júnior não vai ficar um dia sem mandato. A dúvida é: qual será o deputado federal que vai deixar Brasília para que o líder do PP permaneça lá?
O tucano-chefe sempre diz que Sandes Júnior, além de um político leal, atua com extrema eficiência em Brasília. Na capital, ele tem muito prestígio político e sempre foi um abre-portas para o governador Marconi.
O prefeito de Hidrolância, Paulo Sérgio de Rezende, o Paulinho, aparece na lista de candidatos a presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM).
Reeleito, Paulinho é apontado como uma revelação política. Mas, se não trocar o DEM pelo PSDB, não terá apoio algum para disputar a presidência da AGM.
O DEM, em termos de apoio política, dá traço.
O prefeito Paulinho, de Hidrolândia, é candidato a presidente da AGM. Mas só tem chances se trocar o DEM pelo PSDB.
Elie Chidiac vai para a vice-presidência administrativa da Celg e Augusto Francisco permanece como diretor técnico
O advogado e economista deixa a Celg GP. Ana Carla Abrão vai para a Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo ou para o mercado financeiro
A "debacle" do PT começou com a morte de Celso Daniel, depois as vilanias reveladas no mensalão e nas operações da Polícia Federal, sobretudo a Lava Jato. O PT acabou; se ressuscitará, o futuro dirá
Cristiano Zanin Martins diz que, “na realidade”, a “intenção” do jornalista “é a de esconder a defesa do Lula, pois ela é sólida, baseada em provas, e supera, à toda evidência, as ‘convicções’ dos acusadores que elegeram o ex-presidente como inimigo”
Fernando Cavendish, dono da Deltra, pode fazer delação premiada para entregar cúpula do PMDB
Revista Época diz que investigadores querem pegar a conexão de Cavendish com os caciques do Rio de Janeiro. Mas, como delação premiada não é seletiva, pode ser que o empresário cite dois ex-prefeitos goianos
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Reprodução[/caption]
O candidato a vice de Iris Rezende (PMDB), Major Araújo (PRP), gerou novo mal-estar entre peemedebistas. Em seu Twitter na última sexta-feira (16), o parlamentar acusou o instituto Serpes de se vender e afirmou que a próxima pesquisa mostraria o candidato do PSB, Vanderlan Cardoso, 10 pontos porcentuais à frente de Iris.
"Alerta: Recebi informações seguras de que pesquisa Serpes de Domingo ter sido comprada e trará Vanderlan 10% na frente de Iris", escreveu o parlamentar.
Como se sabe, a pesquisa divulgada neste domingo (16) apresentou cenário bem diferente, com empate técnico entre os candidatos, e Iris ainda numericamente à frente de Vanderlan.
Nas redes, a previsão equivocada e a acusação infundada foram motivos para o parlamentar ser achincalhado. Sem fazer referência ao parlamentar, a jornalista Fabiana Pulcineli, do jornal O Popular, chegou a perguntar por onde estavam os "imbecis" que haviam acusado a pesquisa de ser comprada.
Num acatamento institucional raro em Catalão — em 2012, o peemedebismo atrapalhou a equipe que estava assumindo —, o prefeito tucano lista patrimônio do município e apresenta documentação de seus atos
O prefeito de Catalão, Jardel Sebba, do PSDB, mostra que é diferente dos peemedebistas. Em 2012, quando foi eleito, o PMDB não quis fazer a transição administrativa. Agora, com a vitória do PMDB, com Adib Elias, Jardel Sebba, dando uma prova de civilidade e cumprimento do que é (ou quase é) institucional, decidiu nomear uma comissão de transição. Ele informou que entregará a prefeitura em ordem.
Adib Elias vai receber uma relação detalhada do patrimônio público municipal, com todos os atos da gestão tucana documentados.
"Quando venci as eleições em 2012, não houve qualquer transição. Assumi no mais completo escuro. Arquivos importantes haviam desaparecido Foi um verdadeiro caos. Faço questão de fazer o oposto. Quero o melhor para Catalão”, diz Jardel Sebba.
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Salomão Rodrigues Filho, médico, se tornou cabo eleitoral de uma campanha que só vai começar em 2018. Ao pedir votos para Iris Rezende na verdade quer conquistar apoio para Ronaldo Caiado[/caption]
As instituições são seminais para garantir a funcionalidade da democracia. Por isso, não podem servir de instrumentos políticos ou pessoais. A OAB, por exemplo, não pode ser usada para reforçar esquemas políticos. Seu presidente (e não apenas Lúcio Flávio), até por decoro, não deve pedir votos para candidatos de quaisquer partidos. Nem se trata do fato de que se precisa ser isento, e sim, e isto é fundamental, de que o presidente, transitório, não é a instituição — e a instituição, como se sabe quando se respeita as regras na prática, não tem coloração política, partidária ou ideológica.
Na semana passada, ante o crescimento do candidato do PSB a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso, nas pesquisas de intenção de voto — o instituto Veritá o aponta em primeiro lugar —, assistiu-se a um certo desespero entre os articuladores da campanha do candidato do PMDB, Iris Rezende. A intelligentsia da campanha peemedebista reabriu diálogo com líderes de segmentos organizados da sociedade, sobretudo com os supostamente “aparelhados” por iristas e/ou caiadistas, e teria clamado, de maneira enfática, que pedissem votos aos seus pares.
Como períodos eleitorais são tempos de achincalhes e de escassez de ponderação, antes de continuar o comentário, deve-se fazer uma ressalva: o médico-psiquiatra Salomão Rodrigues Filho é um homem e profissional íntegro. O que se dirá a seguir não tem o objetivo de desaboná-lo, até porque, como cidadão, tem o direito de se posicionar como quiser. Numa mensagem divulgada por celular, segundo o site O Antagonista, editado por ex-jornalistas da “Veja”, como Mario Sabino e Diogo Mainardi, o dr. Salomão Rodrigues escreve:
“Prezados colegas médicos, Eleger IRIS prefeito de Goiânia é fator facilitador da eleição de CAIADO para o governo do Estado em 2018. Se queremos CAIADO no governo do Estado em 2018, temos de trabalhar intensamente pela eleição de IRIS como [sic] prefeito de Goiânia, agora! Vamos à luta! Peçam votos! Participem! Salomão Rodrigues Filho, médico”.
Ressalve-se: o cabo eleitoral Salomão Rodrigues apresenta-se como médico, possivelmente para se preservar, mas teria usado o mailing do Conselho Regional de Medicina (Cremego), do qual é conselheiro e já foi presidente, para enviar a mensagem aos médicos? Não se sabe. Mas o texto sugere que o profissional não percebe a eleição de Iris Rezende como um benefício para os cidadãos de Goiânia, e sim como instrumento para beneficiar Ronaldo Caiado. O peemedebista seria um trampolim para o projeto do líder do partido Democratas. Noutras palavras, o interesse de um grupo, o de Caiado, sobrepõe-se aos interesses coletivos.
Por fim, uma pergunta que tantos médicos fizeram ao Jornal Opção na semana passada: quem deixou o Hospital Geral de Goiânia (HGG) fechado por vários anos? Exatamente os governos do PMDB de Iris Rezende. Quem construiu o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e o Hospital de Urgências 2 (Hugol), em Goiânia? Os médicos sabem que são obras do governo de Marconi Perillo. Um governante do PMDB tentou repassar a área onde funciona o Crer para um grupo privado. Seria utilizado como estacionamento.
Resposta
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Cremego encaminhou uma nota resposta. Segue, na íntegra:
O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) reitera que, por se tratar de uma autarquia federal de fiscalização do exercício da medicina, não participa do processo eleitoral político-partidário, mantendo-se imparcial face à eleição. Por vivermos em uma nação democrática, o Cremego respeita o direito de expressão individual dos médicos, inclusive das lideranças médicas, cujo posicionamento político não reflete a opinião do Conselho que, repetimos, preserva sua imparcialidade institucional. Contudo, o Conselho espera que os candidatos se comprometam com a melhoria e o avanço na área da saúde, garantindo à população serviços de qualidade e aos médicos, condições dignas e adequadas de trabalho. Fernando Pacéli Neves de Siqueira, presidente em Exercício do Cremego
