Bastidores

[caption id="attachment_95343" align="aligncenter" width="620"] Ricardo Saud[/caption]
As delações premiadas de Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F e JBS, na avaliação de especialistas em Direito, inocentaram o governador de Goiás, Marconi Perillo. Ao dizerem que o tucano-chefe não fazia favores à empresa, num tom de reclamação, Joesley e Saud sugeriam que não havia relação não-republicana com o governo.
Marconi, afirmou Saud, não fez “um nada pela JBS”.

[caption id="attachment_95025" align="aligncenter" width="620"] Marconi e o prefeito peemedebista Ernesto Roller | Foto: Wagnas Cabral[/caption]
O programa Goiás na Frente — os políticos complementam: “Goiás na Frente e a oposição para trás” — ampliou a aproximação do governador Marconi Perillo, do PSDB, com vários prefeitos do PMDB. Os prefeitos ficam satisfeitos porque, com eles, o tucano-chefe não fala de assuntos políticos, e sim apenas de questões administrativas.
Marconi Perillo tem frisado que, com as certidões negativas em dia, todos os prefeitos terão acesso aos recursos do Goiás na Frente, independentemente dos partidos políticos e ideologias. A tese de Marconi Perillo é que o desenvolvimento só ocorre de fato se todos os municípios, portanto suas populações, forem beneficiados.

[caption id="attachment_89321" align="aligncenter" width="620"] Foto: André Costa/ Jornal Opção[/caption]
O comportamento republicano do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, José Vitti (PSDB), tem agradado ao governador Marconi Perillo (PSDB).
José Vitti, que pode ser candidato a deputado federal, tem colaborado com o tucano-chefe para desatar nós políticos e, “na aprovação de projetos, é um verdadeiro pilar de sustentação do governo”, segundo aliados do governador Marconi.

[caption id="attachment_93813" align="aligncenter" width="620"] Thiago Peixoto | Antonio Araújo / Câmara dos Deputados[/caption]
Thiago Peixoto (PSD) é uma espécie de deputado federal hors concours. Economista de vasta cultura, mantém um diálogo de alto nível com seus pares na Câmara dos Deputados e sempre é consultado pelos colegas sobre vários temas, inclusive educação.
Sempre posicionado, Thiago Peixoto permaneceu em Brasília, nos momentos mais agudos da crise política, participou de reuniões com líderes partidários e debateu saídas responsáveis para o pepinoduto.
Sempre que inquirido, o jovem parlamentar apresenta suas opiniões sobre o afastamento presidente Michel Temer e eleições indiretas ou diretas para a escolha do próximo presidente, se o peemedebista cair.
O líder pessedista sugere que o país não pode ficar sangrando devido à crise política. Precisa seguir com as reformas que são vitais para a recuperação da economia.

[caption id="attachment_57248" align="aligncenter" width="620"] | Foto: Marcos Kennedy (Roller) e Carlos Costa (Adib)[/caption]
Adib Elias e Ernesto Roller, eleitos prefeitos de Catalão e Formosa, fazem falta na Assembleia Legislativa. Eles eram críticas e, eventualmente, consistentes. Sobretudo, eram aguerridos e davam trabalho para a bancada governista. Agora, com os dois tendo de atuar de maneira responsável, porque têm contas a ajustar todos os mês, a Assembleia Legislativa ficou mais tranquila para o governo.
José Nelto até tenta ser crítico do governo, mas é uma voz isolada. “Nelto não é uma voz categorizada e não tem o preparo intelectual de um Roller ou de um Luis Cesar Bueno, do PT”, afirma um deputado da base aliada.

[caption id="attachment_94859" align="aligncenter" width="355"] Caiado cumprimenta Temer | Foto: reprodução[/caption]
De um deputado federal: “Se o presidente da República, Michel Temer, não cair [há quem aposte que já caiu, e só falta ser retirado do Palácio do Planalto], o senador goiano Ronaldo Caiado, que aposta tudo na debacle do peemedebista, tende a ficar numa situação delicada em Brasília. Ele já é rejeitado pela esquerda, que o trata como um político truculento, e pode ficar sem espaço algum junto ao governismo”.
A maioria dos políticos avalia que Michel Temer vai cair de maneira relativamente honrosa: a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer deverá ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

[caption id="attachment_95743" align="aligncenter" width="620"] Doria, Bolsonaro, Marina e Ciro: devem disputar em 2018 | Fotos: reprodução/ Renan Accioly[/caption]
Brasília é a cidade das apostas. Não se trata de loteria, e sim de apostar políticas. Acredita-se que, sem Lula da Silva — sua prisão é iminente —, Aécio Neves e Geraldo Alckmin na disputa presidencial, em 2018, a batalha será travada entre João Doria, o prefeito de São Paulo, Jair Bolsonaro, deputado federal, Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, e Marina Silva, a ex-senador, e Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Quem tem mais chance de ganhar?
Os analistas apostam todas as suas fichas na candidatura de João Doria, que, além de mais moderado, está fazendo um governo em São Paulo. Mas Ciro Gomes (deve ser candidato com um vice do PT) e Jair Bolsonaro certamente serão bem votados. Marina Silva e Joaquim Barbosa? Nenhum dos dois pode ser descartado, pois ambos têm apelo popular: são decentes, críticos e responsáveis.
Fala-se também que Henrique Meirelles pode ser candidato pelo PSD. É um aposta séria, mas não popular.

Um analista político diz que vem examinando a trajetória do governador de Goiás, Marconi Perillo, desde 1998. “O tucano se reinventa, mostra-se mutante, acompanha os ritmos do tempo e deixa a oposição sem discurso. Com o programa Goiás na Frente, mais uma vez o gestor do PSDB surpreende todo mundo, inclusive seus próprios aliados. O programa está sacudindo o Estado, pois levará obras e benefícios para todos os municípios.
Seu caráter republicano, atendendo prefeitos de todos os partidos, mostra que o político tem percepção de que o desenvolvimento e o crescimento se dão de maneira integrada: um município cresce e puxa o outro, consequentemente o Estado cresce e solidifica a economia como um todo. A oposição está cada vez mais perplexa e sem ação. A oposição em Goiás faz críticas de maneira unidimensional, então, quando um político é mutante como Marconi Perillo, não consegue compreendê-lo e, portanto, promove combates errados, o que contribui, longe de enfraquecê-lo, para fortalecê-lo”, substancia o analista.

O governador Marconi Perillo tem uma característica: nunca desanima e sempre acredita que fará um governo eficiente e proveitoso para todos os goianos. Adepto do planejamento, o tucano procura criar programas de crescimento econômico e desenvolvimento, que acabam por motivar as pessoas que estão no governo e mesmo os que as que não estão. A sociedade o percebe como um ser inquieto, que não se acomoda e, por isso, tem lhe dado um voto de confiança desde 1998, há quase 20 anos.
Os auxiliares palacianos avaliam que o governo do tucano-chefe deslanchou. Primeiro, nos dois primeiros anos, Marconi Perillo enxugou a máquina, pôs as coisas em ordem. Segundo, com a casa arrumada, criou programas de desenvolvimento. As pessoas estão empolgadas. O curioso é que até prefeitos do PMDB estão entusiasmados com o tucano, e não apenas pelo Goiás na Frente. Eles dizem que o governador recebe bem e não boicota suas gestões.

Políticos e jornalistas não perceberam, mas o governador de Goiás, Marconi Perillo, conseguiu o que parecia impossível: com tanto, concedendo o que era possível, pacificou a relação de sua gestão com as duas mais sólidas categorias classista do funcionamento público — o professorado e os policiais. É uma tarefa de Hércules.
O tucano-chefe associou realismo e boa vontade, segundo os próprios professores e policiais.

O vice-governador José Eliton e o deputado federal Daniel Vilela são jovens e antenados. Mas o trabalho deles, que são pré-candidatos a governador de Goiás em 2018, nas redes sociais deixa a desejar. Até o senador Ronaldo Caiado, que tem quase 70 anos, faz um trabalho ativo nas redes sociais.
As redes sociais são fundamentais para sedimentar mensagens, para criar uma comunicação direta entre os políticos e os indivíduos. Podem até não render voto, ao menos não de imediato, mas são úteis para os políticos apresentarem suas ideias à sociedade.

A senadora Lúcia Vânia (PSB) tem um eleitorado tradicional em Goiás. Como vai convencê-lo, na eleição de 2018, se não o representa ao se posicionar contra as reformas estruturantes que estão sendo debatidas no Congresso Nacional?

O governo do Estado começou a fazer transmissões ao vivo de suas ações mais relevantes. A iniciativa era elogiada, notadamente pelos jovens, mas foi suspensa, sem nenhuma justificativa.

A cúpula do PSDB nacional tem ouvido o governador de Goiás, Marconi Perillo, com frequência. Ele tem dado ideias, apresentado projetos e se tornou uma peça-chave do partido.
O tucano-chefe tem sido ouvido quase que diariamente pelos líderes nacionais, como o senador Tasso Jereissati.

Um deputado do PMDB comentou num grupo, na Assembleia Legislativa, na semana passada: “O programa Goiás na Frente calou a oposição. Estamos comendo poeira de novo”.
Quando percebeu que um repórter do Jornal Opção anotava a frase, o deputado disse: “Você vai publicar. Se vai, dê a informação, mas preserve a fonte”. Dito e feito.