Bastidores
José Taveira é cada vez mais citado como o nome forte para a Secretaria de Saúde. O nome de Leonardo Vilela, também mencionado para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, figura na lista dos cotados para a complicada secretaria. Acreditava-se que sem Simão Cirineu, o Cirinão, o Estado não conseguiria manter as contas ajustadas. José Taveira assumiu a Secretaria da Fazenda e não apenas manteve as contas em dia, como conseguiu organizá-las ainda mais. Não é à toa que ele é chamado, no governo, de “o Midas que deu certo”. O único que nunca esqueceu Cirinão é o próprio Cirinão. Taveira, por final, aprecia sua competência e descortino.
O deputado federal Thiago Peixoto teve uma votação menor do que a esperada. Por dois motivos. Primeiro, professores ligados ao Sintego produziram e divulgaram panfletos anônimos depreciando o líder do PSD, o que o prejudicou em todo o Estado. Segundo, Thiago Peixoto teria desacelerado a campanha, para economizar, antes da hora. Perdeu apoio para outros candidatos endinheirados.
O PT não se empenhou na campanha de Karlos Cabral e perdeu um de seus mais eficientes e qualificados deputados estaduais. Com a derrota, ficou muito difícil para Karlos Cabral articular uma estrutura para disputar a Prefeitura de Rio Verde em 2016.
Com as vitórias de Heuler Cruvinel para deputado federal e de Lissauer Vieira para deputado federal, o PSD de Rio Verde ficou muito forte. Será difícil, muito difícil, derrotar o candidato à sucessão do prefeito Juraci Martins, em 2016. Heuler Cruvinel — ou Lissauer Vieira —, com sua vitória maiúscula, credencia-se, desde já, como fortíssimo candidato a prefeito de Rio Verde na próxima eleição. O único concorrente do deputado federal é mesmo Lissauer Vieira. Mas ele devem trabalhar juntos.
Olavo Noleto (PT) perdeu sobretudo porque foi traído por vários prefeitos. Eles disseram que apoiariam o petista, mas, na surdina, trabalharam para outros candidatos, sobretudo para os endinheirados. Fica uma lição para Olavo Noleto: é preciso construir bases eleitorais próprias no interior e bem mais cedo. Um assessor diz que Olavo Noleto está “decepcionado” — teve pouco mais de 30 mil votos —, mas não magoado. “Olavo é de bem com a vida”, sublinha.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), não quer bancar a candidatura de Sandro Mabel para sucedê-lo. Seu candidato é mesmo o secretário Euler Morais (PMDB), seu braço direito. Porém, se o PT bancar Olavo Noleto, um político pelo qual Maguito tem o maior apreço, é provável que o prefeito banque Euler Morais para seu vice. Aí, em Goiânia, o PT lançaria o vice do candidato do PMDB a prefeito.
O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Ozair José, saiu da eleição deste ano menor do que entrou. Ele estava crente que seria eleito deputado estadual e obteve uma votação pífia. Assim, dificilmente será candidato a prefeito em 2016. Até porque o prefeito Maguito Vilela, que aposta em Euler Morais, não vai bancá-lo. Isto é definitivo. Vigora a tese que apoiar Ozair é o mesmo que bancar os políticos que são rejeitados pelos eleitores, como Ademir Menezes e José Macedo. O PT também não tem qualquer simpatia pela candidatura de Ozair, por considerar que o político “está” no PT, mas “não é” do PT.
Com quase 60 mil votos, o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira (PT) é um candidato derrotado, mas não deve ser considerado um político derrotado. Ele fez uma bela campanha, gastando muito pouco e com cabos eleitorais não remunerados. Disputando mandato legislativo pela primeira vez, e filiado a um partido que lhe abriu poucos espaços, por considerá-lo cristão novo e não integrado a alguma tendência, Edward Madureira obteve uma votação espetacular. Se estiver atenta, a cúpula do PT deveria prepará-lo para disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, porque ele tem imagem de gestor eficiente. Na próxima eleição, o eleitor goianiense certamente vai apostar naquele candidato que é considerado como gestor qualificado. É o caso do ex-reitor. Nem todos sabem, mas administrar uma universidade como a UFG é o mesmo que administrar uma prefeitura de médio porte.
Se a presidente Dilma Rousseff for reeleita, não será nenhuma surpresa se Edward Madureira for convocado para um ministério, possivelmente o da Educação. Porém, se o deputado federal Rubens Otoni assumir um importante cargo no governo federal — se a petista-chefe for reeleita —, o professor assume o mandato na Câmara dos Deputados. Antônio Gomide também é cotado para ocupar cargo importante em Brasília.
Conhecido como Leão do Norte, o ex-prefeito de Porangatu Júlio da Retífica é o político mais importante da região. Candidato a deputado estadual, obteve quase 28 mil votos, mas não conseguiu se eleger, devido ao quociente eleitoral. Por representar uma região que não tem muitos eleitores, Júlio da Retífica, se não sair do PSDB e se filiar num partido menor, será, em todas as disputas, o eterno suplente.
O competente jornalista Henrique Morgantini, um dos mais cerebrais e perspicazes auxiliares do petista Antônio Gomide na campanha para governador, admitiu, num programa de rádio, que nem que vaca tussa em grego arcaico Iris Rezende terá condições de derrotar Marconi Perillo. Morgantini é anti-Marconi, mas é um analista racional e, às vezes, preciso. Além de ter um humor ferino e fino, como se fosse um britânico.
Um peemedebista tem uma teoria curiosa sobre Iris Rezende: “O nosso líder maior passa a impressão de que é incapaz de ouvir as pessoas. Seus ouvidos parecem tapados e ele só faz aquilo que quer. Pode ser um motivo de suas três derrotas eleitorais”.
Paulo Faria, marqueteiro, psicólogo e ator, e Pedro Novaes, geógrafo, conseguiram um feito: Iris Rezende perdeu, ao menos parcialmente, aquela cara de Urtigão do Cerrado e está com o rosto mais ameno e menos carrancudo. Mas a pancadaria excessiva, sem fatos comprovados, continua. Neste sentido, Iris, com o apoio de Jorcelino Braga — os dois disputam qual odeia mais o governador Marconi Perillo (um psicanalista diria que isto é amor, e até profundo) —, não ouve os marqueteiros que cobram moderação e uma campanha propositiva.
A tese de Iris Rezende é que, como a vaca já foi para o brejo, vai aproveitar para atacar o governador Marconi, gratuitamente, única e exclusivamente para provocá-lo e irritá-lo. Fica-se com a impressão de que o peemedebista-chefe está brincando de fazer política. Iris Rezende e Jorcelino Braga querem morrer abraçados, como em 2010. É o velho e indesejável abraço dos afogados.
Perguntinha solerte: o político que roubou 5 milhões de reais da Caixego era do PMDB ou de outro partido? Um livro que está sendo escrito por um jornalista vai contar toda a história da Caixego, dando nomes aos bois, sem dó nem piedade. Um peemedebista-sênior vai dizer: “A Justiça absolveu o acusado”. Vale acrescentar que às vezes culpados são inocentados — desde que se tenham bons advogados.
