Otavinho e Jalles podem criar chapa em Goianésia com Leozão e Pedro pra enfrentar Renato de Castro?

05 março 2023 às 00h01

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O quadro político-eleitoral para a Prefeitura de Goianésia em 2024 está mais ou menos delineado, com três pré-candidatos consistentes: Léo (Leozão) Menezes (pelo PSD, possivelmente), Pedro Gonçalves, do MDB, e Renato de Castro, do União Brasil. Curiosamente, o trio pertence à base do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil.
Em 2020, o deputado estadual Renato de Castro apoiou o primo Leonardo Menezes para prefeito. “Leozão do Renatão” — nome usado para conectar os parentes ante os eleitores —, derrotou Pedro Gonçalves, numa vitória apertada: pouco mais de 800 votos de frente.

Em 2022, Leozão do Renatão e Renato de Castro, o Renatão, romperam pessoal e politicamente. A crise entre os dois é tão virulenta que Renato de Castro teria exigido que o primo deixasse de usar o nome “Leozão do Renatão”, aí renasceu Leozão Menezes, ou apenas “Léo”, como muitos chamam o prefeito.
“Nós vamos mostrar que, perante ‘Renatão’, Leozão vai se tornar ‘Leozinho’”, diz, em tom irônico, um aliado do ex-prefeito Renato de Castro.

O deputado tem dois padrinhos políticos fortes: o pai, Fião de Castro — milionário que preside a Codego —, e o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil. São dois padrinhos fortes.
Se, de cara, perdeu dois padrinhos — Renato de Castro e Fião de Castro —, se tornando um órfão político, Leozão Menezes correu atrás de novos “tutores”. Ele abriu conversações com os empresários e hermanos Otavinho Lage e Jalles Fontoura — pessoas de valor da cidade, ambos ex-prefeitos — em busca de apoio para a reeleição.

A dupla Jalles Fontoura e Otavinho Lage não quer a volta de Renato de Castro — espécie de administrador populista e, portanto, espetaculoso — à Prefeitura de Goianésia. Por isso, tende a apoiar aquele candidato que tenha condições de derrotar o deputado estadual.
A pergunta que se faz é: Leozão Menezes tem condições de derrotar Renato de Castro? Pode até vencê-lo, mas parece ninguém parece acreditar nisto. Se é assim, o que fazer? Não se sabe, políticos locais estão “tateando”, esperando que o quadro político fique mais “claro”.

Sabe-se que Leozão Menezes teria montado um dossiê sobre supostas irregularidades cometidas por Renato de Castro quando prefeito do município. Ao mesmo tempo, o ex-gestor teria organizado um dossiê gigante sobre supostas irregularidades cometidas pelo prefeito. Ex-auxiliares do gestor municipal, aliados do parlamentar, teriam passado dois anos colhendo documentos e informações com o objetivo de usá-los na campanha para descontruir a imagem do administrador público.
O que se comenta é que nem Leozão Menezes nem Renato de Castro são corruptos, mas irregularidades e tráfico de influência às vezes ocorrem em gestões públicas, eventualmente sem ciência dos prefeitos.

De Leozão, o que se diz é o seguinte: trata-se de um prefeito mediano — não é “excelente”, mas também não é “péssimo. Faz bem-feito o feijão com arroz. Renato de Castro, quando prefeito, era uma espécie de marqueteiro eficiente. Sua gestão era melhor na propaganda do que na vida real, mas os eleitores compraram a imagem de que se trata de um administrador eficiente.
A alternativa aos dois brigões, que planejam se desconstruírem durante a campanha — com os tais “dossiês gordíssimos” —, parece ser o jovem emedebista Pedro Gonçalves.
Jovem, com preparo técnico e discurso afiado e qualitativo, Pedro Gonçalves é visto por alguns líderes locais como um político capaz de aglutinar uma frente ampla para derrotar Léo Menezes e Renato de Castro.
O grupo liderado por Jalles Fontoura — o articulador político da família de Otávio Lage — pode até apoiar Leozão Menezes, considerando que é adversário de Renato de Castro, mas acredita que o prefeito tem mesmo condições de derrotar o ex-prefeito?
O grupo de Jalles Fontoura poderia, se desistir de Léo Menezes — hoje, aliado do presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha —, apoiar a candidatura de Pedro Gonçalves? É possível, o que não quer dizer que está definido.
Uma aliança com Léo Menezes é interessante para Jalles Fontoura e Otavinho Lage porque o prefeito já conta com uma estrutura financeira e pessoas para trabalhar em sua campanha. O que falta ao prefeito não é estrutura, e sim apoios consistentes, como o dos irmãos, os maiores empresários do município.
Há quem postule que, para derrotar Renato de Castro, é preciso costurar uma aliança entre Leozão Menezes e Pedro Gonçalves. Problema número um: Léo Menezes, até por ser prefeito, não aceitará ser vice. Já Pedro Gonçalves, se aparecer bem ranqueado nas pesquisas, dificilmente irá a vice.
O que se sabe mesmo é que, para derrotar Renato de Castro, será preciso a formatação de um exército poderoso — possivelmente com Léo Menezes e Pedro Gonçalves com as mesmas armas e uniformes, e bancados pelos generais Otavinho Lage, Jalles Fontoura, Vilmar Rocha, Mara Naves, Gilberto Naves (que não se entusiasma mais com política, mas, como referência moral do município, tem alguma influência nos pleitos) e o vice-governador Daniel Vilela. (E.F.B.)