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A escolha dos possíveis candidatos da direita e a montagem de chapa para o Legislativo e o Executivo em Goiás para 2026 têm dominado o debate e as manchetes políticas desde o ano passado. Isso porque, nesse espectro político, os nomes dos cotados surgem aos montes. A impressão que se tem é que a cada semana uma nova figura desponta como possível candidato ao Senado, à Câmara dos Deputados e até ao Palácio das Esmeraldas.

Na esquerda, o cenário é diferente. Até porque, ao contrário do que acontece na direita, já se sabe com quase 100% de certeza quem serão os concorrentes para alguns cargos, como o de deputado estadual e federal, mas há um quase absoluto vácuo quando o assunto é Senado e governo do Estado.

É o caso do PT, o partido mais proeminente da esquerda não só no estado, mas no país (a legenda, inclusive, detém hoje o Palácio do Planalto por meio de seu representante maior, Lula da Silva).

Para deputado estadual e federal, a sigla tem nomes competitivos e que devem estar no páreo com grandes chances de serem eleitos. Para a Assembleia Legislativa, Bia de Lima, Kátia Maria e Fabrício Rosa devem concorrer e, possivelmente, terem expressivas votações. Para a Câmara Federal, Edward Madureira, Adriana Accorsi, Rubens Otoni e Delúbio Soares devem chegar fortes (nos bastidores, a reeleição de Accorsi já é dada como certa).

No entanto, o partido tem dois desafios principais para chegar com força suficiente na corrida eleitoral do ano que vem. O primeiro é definir quem estará (e se, de fato, haverá uma) na chapa para o Senado. Fontes petistas ouvidas pela coluna Bastidores afirmam que muito pouco se discute sobre a questão, mas há um consenso: a escassez de nomes viáveis para concorrer.

Um político que cogitava se lançar na corrida ao cargo de senador era o deputado federal Rubens Otoni. Conforme as fontes ouvidas pela coluna, Otoni – petista tradicional, bom articulador e com base eleitoral sólida em Goiás – revelou a aliados ainda no início do ano que poderia ser o candidato do PT ao Senado em Goiás. No entanto, o deputado já teria desistido e vai mesmo se lançar à reeleição. “Com isso, voltamos à estaca zero” quanto ao Senado, disse um petista.

O outro desafio do partido é justamente a posição a ser tomada em relação ao governo do Estado. As opções dos petistas em território goiano são poucas, quase inexistentes. O PT faz oposição ferrenha a Caiado e não há nenhuma chance de composição entre eles. Por outro lado, chegou a correr nos bastidores o desenrolar de um diálogo entre PT e o PSDB de Marconi Perillo. Mas se a conversa realmente existiu, hoje, não existe mais.

Ao mesmo tempo, os petistas não teriam à vista nenhum nome que possa ser lançado na corrida ao Palácio das Esmeraldas. Ou seja: falta aliado para compor e nome para lançar. O que realmente importa para o partido é ter palanque para Lula em Goiás no ano que vem. Mas para isso, precisarão recalcular a rota. (T.P.)