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Uma fonte categorizada insiste: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, só definirá o vice de Daniel Vilela — pré-candidato a governador pelo MDB — em 2026, possivelmente antes de deixar a gestão, entre março e o início de abril.

Há um vice definido? Não há. O que se pode dizer é que, no momento, o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), ex-deputado federal José Mário Schreiner, do MDB (a caminho do União Brasil), largou na pole position. Frise-se: com Adriano da Rocha Lima, do União Brasil, “colado”. São os dois favoritos.

Adriano da Rocha Lima permanece cotadíssimo para vice | Foto: Jornal Opção

Há também o vice terrivelmente evangélico — Luiz Carlos do Carmo, do Podemos. É irmão do chefão das Assembleias de Deus em Goiás, o bispo Oídes José do Carmo, e do prefeito de Bela Vista de Goiás, Eurípedes José do Carmo.

O ex-prefeito de Rio Verde Paulo do Vale, do União Brasil, figura na “lista”. Mas há quem postule que deve ser candidato a deputado federal.

O ex-prefeito de Catalão Adib Elias, filiado ao MDB, também está se colocando para a disputa da vice. Porém, há o problema de sua saúde, que não é das melhores. De qualquer maneira, é um resistente.

Luiz do Carmo, ex-senador: um vice terrivelmente evangélico | Foto: Reprodução

Por que tantos querem ser vice de Daniel Vilela? Primeiro, porque todos acreditam que será eleito governador. Segundo, porque, se for eleito, deixará, possivelmente, o governo, em abril de 2030, para disputar mandato de senador ou deputado federal. Assim, seu vice assumirá o governo e se tornará, de cara, candidato natural a governador.

Para aprofundar a discussão, o Jornal Opção ouviu quatro políticos de proa da base governista. Um do Entorno de Brasília. Um do Sudoeste. Um de Aparecida de Goiânia. Um de Goiânia (deputado).

1

“Bruno Peixoto seria um vice excelente para Daniel Vilela. Porque é popular e trafega bem com os vários grupos políticos do Estado. Zé Mário poderá fortalecer a candidatura do emedebista junto ao Agro. Paulo do Vale deve ser candidato a deputado federal. Adriano da Rocha Lima, se o quadro estiver favorável, pode ser o vice — não se colocará obstáculo à sua postulação, se for mesmo o indicado por Ronaldo Caiado. Já o Entorno de Brasília provavelmente não indicará o vice. Diego Sorgatto, um bom nome, não deixará a importante cidade de Luziânia para ser vice. Ademais, por ser jovem, assim como Daniel, poderia não agregar tanto. Faço uma sugestão: Daniel precisa de aliados, no interior, que sejam ‘estradeiros’, quer dizer, que andem junto com ele por todo o Estado.”

Paulo do Vale, ex-prefeito de Rio Verde | Foto: Reprodução

2

“Daniel Vilela, sem campanha, já está em primeiro lugar. É o mais importante. A campanha sedimentará sua frente e ele ganhará, provavelmente, no primeiro turno. Em quatro anos, poderá fazer por quarenta anos. Deve escolher, como Mauro Borges, as melhores cabeças do país para ajudá-lo a gerir Goiás. Daniel vai ampliar a modernização do Estado. Ele é um político preparado. Já os adversários são agentes do recuo histórico. Pensam mais em vinditas do que nos goianos.”

3

“Zé Mário Schreiner largou na frente. Ele está montando uma equipe de comunicação e mantém uma agenda ativa e forte. É agenda de político, de quem quer ser candidato a vice de Daniel Vilela. Com o Ifag tocando as obras do fundeinfra, a proximidade de Zé Mário com Ronaldo Caiado e Daniel Vilela se ampliou. Percebo que o líder dos produtores rurais está articulando fortemente, até mais do que as igrejas evangélicas. Ele está atraindo o pessoal do Agro e da agricultura familiar. No evento de Novas Crixás, da Aprosoja, Daniel Vilela chegou junto com Zé Mário. Isto tem um peso extraordinário. Sei que Paulo do Vale está articulando, mas precisa circular fora de Rio Verde e do Sudoeste. Me contaram que nunca disse ao governador Ronaldo Caiado que quer ser candidato a vice — o que é um erro tático, considerado que o vice será escolhido pelo governador, e não por Daniel. É um bom nome, mas não largou na frente. O prefeito de Águas Lindas, Lucas Antonietti, do Entorno de Brasília, é um bom nome mas me parece muito tímido para uma disputa estadual. Caiado gosta muito de Adriano da Rocha Lima. E é um excelente nome (e conhece bem política). Mas a escolha será pragmática, porque o governo é realista. Então, a tendência é que prevaleça o perfil político. O candidato a vice deve ser aquele que atraia para Daniel eleitores que ainda não estão ao seu lado. Frise-se: Caiado tem apreço por Zé Mário. E Daniel também.”

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Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

4

“O quadro nacional pode influenciar, talvez pela primeira vez, o quadro político em Goiás. Se Jair Bolsonaro apoiar Ronaldo Caiado para presidente, o PL vai apoiar a candidatura de Daniel Vilela. Pesquisas quantitativas e qualitativas tendem a definir o vice do candidato do MDB. Caiado vai escolher para vice alguém que realmente possa somar, eleitoralmente, para Daniel. Luiz Carlos do Carmo é um nome que não pode ser subestimado, porque conta com o apoio do mundo evangélico. Ele é irmão da figura mais importante das Assembleias de Deus em Goiás — o bispo Oídes José do Carmo. Portanto, agrega e aumenta o volume da campanha de Daniel. Por causa das obras que estão sendo feitas com os recursos do Fundeinfra, a resistência à base governista diminuiu, mas ainda há alguma aresta com os produtores rurais. Então, um Zé Mário Schreiner na vice pode acabar em definitivo com as resistências. Por isso, hoje, a vantagem é dele. Paulo do Vale é um político importante do Sudoeste. É um nome que agrega. O Entorno de Brasília é eleitoralmente forte, mas suas lideranças não estão coesas. Dispersas, perdem força. E não já um destaque individual forte. Nossos adversários são fracos no Entorno, o que pesa contra os líderes locais. Bruno Peixoto é visto mais como uma face do Legislativo e tem arestas. Adriano da Rocha Lima era imbatível para vice. Não é mais. Porém pode voltar a ser. Gustavo Mendanha tem dito que será candidato a senador. Ele é forte por si e por representar Aparecida de Goiânia, município que tem o segundo mais eleitorado do Estado, ficando atrás apenas de Goiânia. É um bom nome para vice.” (E.F.B.)