O perigoso jogo duplo de Vanderlan: de manhã é Daniel e à tarde é Wilder

12 julho 2025 às 21h00

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Não há a menor dúvida de que Vanderlan Cardoso, goiano de Iporá (terra de poetas), do PSD, é um senador atuante. Os prefeitos o tratam como um parceiro substantivo e presente. Dos três senadores, talvez seja o mais pró-ativo em termos de serviço prestado aos municípios do Estado.
Mas há o senador e o político Vanderlan Cardoso. Uma espécie de duplo. O senador é eficiente, um parceiro de primeira linha. Já o político é visto como “não confiável”.
Neste momento, Vanderlan Cardoso opera o velho e perigoso jogo duplo.

De manhã, acena para o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, e para o vice-governador Daniel Vilela, do MDB.
O senador sugere que pode apoiar Daniel Vilela para governador. Ele seria candidato à reeleição ou mesmo a deputado federal (inclusive com o apoio do prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, que, em 2024, não contou com seu apoio na reeleição).
Porém, na parte da tarde, conversa com o senador Wilder Morais, do PL.
Os integrantes do PSD — como Gustavo Mendanha, Vilmar Rocha, Francisco Júnior, Wesley Borges e os prefeitos — apoiam, desde já, a candidatura de Daniel Vilela para governador. Porém, o presidente do partido é Vanderlan Cardoso.
Então, até o momento, não se pode dizer, com certeza, que o PSD estará no bloco de apoio a Daniel Vilela. Claro, a base do partido está toda com o emedebista.

Vanderlan Cardoso estaria conversando o quê com Wilder Morais, possível candidato do PL a governador de Goiás?
A conversa seria a seguinte: como suplente de Wilder Morais, a mulher de Vanderlan Cardoso — Izaura Cardoso, do PSD — assumiria o mandato de senadora, a partir e junho de 2026, ficando 120 dias no cargo. Em troca, ela e o senador apoiariam Wilder Morais para governador. Não só. O próprio Vanderlan Cardoso seria candidato a senador na chapa do postulante do PL.
É uma grande jogada? Talvez seja. Porém, e na hipótese de o PL rifar Wilder Morais — bancando o deputado federal Gustavo Gayer para senador na chapa de Daniel Vilela, como ficaria Vanderlan Cardoso? A ver navios, claro.
Acrescente-se que Gustavo Gayer dificilmente apoiaria uma aliança com Vanderlan Cardoso. Os dois não se gostam. Ou melhor, se odeiam.
Se quiser voltar a ser visto como um político confiável, Vanderlan Cardoso precisa mostrar que tem um rumo e segui-lo até o fim — Daniel Vilela ou com Wilder Morais. (E.F.B.)