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Na década de 1980, José Gomes da Rocha era um humilde mas já espertíssimo vereador em Itumbiara. Estava noivo, mas queria que o então governador de Goiás, Iris Rezende, fosse seu padrinho de casamento. Tentou entrar em contato, por intermédio de telefonemas, mas não conseguia falar com o peemedebista-chefe.

Até que um dia, Zé Gomes decidir promover um cerco a Iris Rezende em Goiânia. Praticamente mudou-se para a capital. Tentava de todas as maneiras aproximar-se, mas era impedido por auxiliares e seguranças. Certa feita, depois de especular muito, descobriu que o governador costumava visitar um dos irmãos, o empresário Orlando Carneiro, em seu escritório.

Arranchou-se na porta do escritório de Orlando Carneiro, até que conseguiu flagrar Iris Rezende no momento em que chegava à porta do escritório.

Zé Gomes parou Iris Rezende, que pensou inicialmente que se tratava de alguém querendo um emprego. O vereador gritou logo, com receio de perder o governador de vista: “Governador, eu quero me casar e gostaria de tê-lo como padrinho. O que acha?”

Iris Rezende olhou aquele garoto impertinente, de cara sorridente e ar meio malandro, e disse: “O problema é que não tenho agenda”.

Ao perceber que havia conseguido estabelecer contato, Zé Gomes disse: “Governador, não tem problema. Eu só me caso quando o sr. tiver tempo para ser meu padrinho”. Iris Rezende, sempre sisudo, acabou rindo.

Dito e feito: Iris Rezende, impressionado com a ousadia de garoto, decidiu que iria ao casamento. E, de fato, foi. Em Itumbiara.