Nikolas Ferreira opera para ser o substituto de Jair Bolsonaro: será o nikolasismo?

08 julho 2025 às 15h42

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A possível prisão de Jair Bolsonaro, com oito anos de inelegibilidade, pode decretar o fim da carreira política do ex-presidente, que tem 70 anos? Talvez sim. Talvez não.
Por vias das dúvidas, políticos ligados ao bolsonarismo não param de se movimentar. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, do PL, se considera o sucessor natural. Planeja, inclusive, ser candidato a presidente da República em 2026, daqui a um ano e dois meses.
Há quem aposte que, se for candidato a presidente, sobretudo se for eleito, o substituto será o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.
Mas, em termos de popularidade, o nome mais midiático é o do deputado Nikolas Ferreira de Oliveira, de Minas Gerais.

Há quem acredite que, pós-Bolsonaro, poderá surgir e se consolidar o movimento nikolasismo ou nicolasista.
A colunista Bela Megale, de “O Globo” (terça-feira, 8), publicou uma nota sugestiva sob o título de “O racha entre a família Bolsonaro e Nikolas Ferreira”.
“A queixa principal de membros da família [Bolsonaro] é que veem Nikolas almejando criar o próprio movimento de direita e sem vínculo com o ex-presidente”, relata a jornalista de “O Globo”.
PL está mais próximo de Nikolas do que de Eduardo
Bolsonaristas — com Eduardo Bolsonaro na comissão de frente — sugerem que o PL “faz mais gestos” ao mineiro Nikolas Ferreira “do que a Eduardo Bolsonaro (PL)”.

De acordo com a repórter, “parte da família” Bolsonaro “ainda não engoliu o fato de o PL nunca ter colaborado financeiramente para manter o deputado licenciado nos Estados Unidos”.
Mas a suspeita maior do bolsonarismo tem a ver com o fato de que, em busca de consolidar sua liderança em termos nacionais, Nikolas Ferreira pode acabar articulando um movimento de direita em todo o país. O deputado de Minas Gerais não pode disputar a Presidência da República em 2026, quando terá apenas 30 anos. Mas estaria jogando para o futuro. Para o pós-Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira, 7, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez a defesa de Jair Bolsonaro, que estaria sendo “perseguido”, e bolsonaristas, segundo Bela Megale, “observaram quanto tempo o deputado [Nikolas Ferreira] demorou para postar sobre a defesa pública que Trump fez do ex-presidente”.
Bela Megale ressalta que Paulo Figueiredo, quase um porta-voz informal de Eduardo Bolsonaro, criticou “o fato de Nikolas ter feito um vídeo focado em ataques ao governo Lula pela proposta de taxar os super-ricos sem citar a atuação do deputado licenciado junto a Trump”.
Paulo Figueiredo, neto do general-presidente João Figueiredo, disse, numa rede social: “Realmente, ótimo tirar o foco do trabalho de Eduardo Bolsonaro. Papai do céu tá vendo”.
A jornalista informa que, no PL, comenta-se que a crise não envolve nem Jair Bolsonaro nem Michelle Bolsonaro. A crise seria restrita aos filhos, notadamente a Eduardo Bolsonaro e epígonos, como Paulo Figueiredo. (E.F.B.)