Não há uma pesquisa séria que garanta que Gomide pode ganhar no 1º turno em Anápolis

23 junho 2020 às 21h21

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Há oito pré-candidatos a prefeito de Anápolis. Portanto, sugerir que alguém vai ganhar no 1º turno, ainda sem campanha, é desrespeitar todos os postulantes

Ninguém ganha eleição por antecipação. É o óbvio. Mas, como disse o antropólogo e escritor Darcy Ribeiro, às vezes é preciso insistir e dizer o óbvio. A julgar por alguns petistas fundamentalistas, Anápolis este ano não terá eleição, pois o deputado estadual Antônio Gomide será tão-somente “homologado”. A tese deles é que o petista ganhará no primeiro turno. É quase como não se precisasse nem de primeiro turno.

Mas ao menos dois fatores contestam a tese dos petistas fundamentalistas.
Primeiro, nem mesmo Gomide parece tão animado com o pleito. Por vezes, sugere que pode apoiar a vereadora Professora Geli ou então o postulante do MDB, o dentista Márcio Corrêa, para prefeito. Além da questão do problema de saúde — uma cirurgia no rosto não muito bem sucedida —, há o fato de que, se eleito, terá de governar tendo como adversários o presidente Jair Bolsonaro (Aliança pelo Brasil) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que não têm qualquer simpatia pelo PT. No passado, quando governou Anápolis, Gomide contou com fartos recursos proporcionados pelos governos do PT. Lula da Silva e Dilma Rousseff praticamente “governaram” a cidade. Eram prefeitos honorários do município.

Segundo, não há uma — repita-se: uma — pesquisa de intenção de voto que indique que Gomide tem condições de ser eleito no primeiro turno. O que as pesquisas mostram, de fato, é que o quadro eleitoral está indefinido e será intensamente disputado e, por isso, o segundo turno está praticamente garantido. Não há, a rigor, um pré-candidato que esteja descolado dos demais — no sentido de ganhar no primeiro turno. Qualquer pesquisador experimentado dirá isto a políticos, jornalistas ou empresários. Em suma, o quadro político de Anápolis está aberto. É a campanha, com a apresentação de projetos e o convencimento dos eleitores, que vai definir quem será eleito.

Há um aspecto que os petistas-fundamentalistas não querem levar em consideração: há oito pré-candidatos: o ex-prefeito João Gomes (PSDB), o prefeito Roberto Naves (Progressistas), o ex-prefeito Antônio Gomide (PT), José de Lima (Patriota), Valeriano Abreu (PSL), Humberto Evangelista (PSD), Candinho Filho (Podemos) e Márcio Corrêa (MDB).

Portanto, sugerir que o candidato “x” vai ganhar no primeiro turno — e ainda não há nem pré-campanha —, sem provas cabais (pesquisas sérias), é um desrespeito a todos aqueles que, em nome da democracia, estão postulando o direito de gerir a Prefeitura de Anápolis.
