Aliados dizem que, ao contrário, deve ser candidato a governador para se tornar conhecido e disputar o governo da capital daqui a dois anos e oito meses

O núcleo duro da Prefeitura de Aparecida de Goiânia está dividido. Uma parte continua insistindo que Gustavo Mendanha deve renunciar, no dia 2 de abril, daqui a dois meses, para disputar o governo de Goiás, em 2 de outubro. O prefeito está alinhado com esta corrente. Mas a outra parte, quiçá mais influente, sugere que o jovem político espere um pouco mais e termine o mandato.

O núcleo que se diz mais “racional” avalia que a Prefeitura de Aparecida é, a rigor, um micro-Estado, com uma arrecadação nada desprezível. Mendanha, na opinião do grupo, deveria seguir o exemplo de ACM Neto, que, depois de ficar oito anos na Prefeitura de Salvador, consagrando-se como gestor eficiente, agora vai disputar o governo da Bahia e lidera as pesquisas de intenção de voto, bem à frente do pré-candidato do PT (que manda no Estado há quase 16 anos).

Pintura de Igor Morski

A aliados e amigos, Mendanha estaria dizendo que suas chances contra o governador Ronaldo Caiado (DEM), cujo governo é bem avaliado, são escassas. Mas que, se for candidato a governador, ficará mais conhecido em Goiânia.

Qual é a lógica? Simples: o projeto de Mendanha é menos governar o Estado e muito mais se tornar prefeito de Goiânia. Ele teria encomendado um parecer jurídico que garante que, se renunciar em 2 de abril, poderá ser candidato a prefeito da capital, em 2024, sem qualquer empecilho judicial (como a história de que, pelo fato de as cidades serem conurbadas, significaria estar disputando um terceiro mandato consecutivo).

Os mendanhistas postulam, apenas nos bastidores, que Mendanha tem chance de derrotar o prefeito Rogério Cruz, do partido Republicanos.