Mendanha e Perillo “disputam” em 2022 mas de olho mesmo é no pleito de 2026

27 fevereiro 2022 às 00h01

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Há uma crença, generalizada, de que é praticamente impossível derrotar Ronaldo Caiado para o governo. Por isso, os dois rivais já estariam pensando no pleito seguinte
A política do real se faz mais nos bastidores que à luz do dia, às claras. Portanto, é óbvio que a oposições, cujos líderes são raposas profissionais, não vão tornar público o que realmente pensam sobre o jogo político. Porque, se o fizerem, deixarão expostas suas possíveis fragilidades eleitorais.
Porém, há um consenso — repita-se: nos bastidores — entre as oposições (leia-se o ex-governador Marconi Perillo e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha) de que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas, pode ser reeleito no primeiro turno (ou no segundo turno). A estabilidade do gestor estadual, que se mantém com pelo menos 40% das intenções de voto, é vista como preocupante por seus rivais. Acrescente-se que, no momento em que tradicionalmente se começa a cair, sua imagem está se solidificando a partir de sua popularidade entre os pobres e as classes médias (dada a ideia, cristalizada, de que “se preocupa com gente”).

Se admitem que Ronaldo Caiado é o favorito, com chance de vencer na primeira etapa, qual é o jogo real de Perillo, do PSDB, e de Mendanha (sem partido)? Ambos jogam para o futuro.
Em 2026, Ronaldo Caiado, se reeleito em 2022, não será mais candidato a governador (deve postular uma vaga no Senado). O candidato será, provavelmente, Daniel Vilela, do MDB, com o apoio do atual governador. Então, Perillo e Mendanha estão se colocando, desde já, mais como alternativas para 2026 do que para 2022. Porque quem se colocar agora tende a chegar mais forte (e conhecido, caso de Mendanha) em 2026.
Comenta-se, inclusive, que Mendanha acredita que, renunciando em 2 de abril deste ano, terá como, em 2024, disputar a Prefeitura de Goiânia. Este seria seu projeto número um, subordinado ao projeto de 2022. Postula-se o seguinte: por ter sido reeleito em Aparecida, e o município sendo conurbado com Goiânia, não poderia ser candidato a prefeito em 2024. Porém, ele teria encomendado um parecer jurídico que, postulando que renunciou ao mandato, e outro político tendo assumido o governo municipl, poderá disputar. Na verdade, no momento, não pode, mas, até lá, pode se obter uma brecha legal. Comenta-se também que, se não puder disputar a prefeitura, poderá ser candidato a vereador em Goiânia ou em Aparecida, com o objetivo de se tornar presidente da Câmara e, sobretudo, se manter em evidência para 2026.
Perillo, se for mesmo candidato — há quem postule que, se compor com Mendanha, será candidato a senador —, estará, mais uma vez, se colocando para um pleito eleitoral. Ele aprecia correr riscos. Se perder em 2022, pelo menos terá feito a defesa de seu legado — foi governador quatro vezes —, e estará se colocando para o pleito seguinte. Em 2026, terá 63 anos, ou seja, possivelmente em forma para a disputa do governo.