Marconi Perillo pode ser candidato a senador na chapa de Mendanha

30 janeiro 2022 às 00h01

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Depois de certo afastamento, o prefeito de Aparecida e o ex-governador voltaram a conversar. Eles temem uma vitória de Ronaldo Caiado no primeiro turno
A pesquisa Serpes/Acieg assustou o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido, a caminho do Podemos). Ele havia espalhado, pelos quatro cantos do Estado, que seus índices eram maiores, e a pesquisa comprovou que não são — tanto que apareceu atrás do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Aliados, desconfiados de sua viabilidade eleitoral, começam a desertar de sua pré-campanha (vereadores e prefeito do PL nem querem recebê-lo e estão dando declaração de apoio ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado).
Mendanha articulou com Perillo, com o PT do deputado Antônio Gomide e do ex-reitor da PUC-Goiás Wolmir Amado, negociou com aliados do presidente Jair Bolsonaro. Mas não firmou aliança com nenhum dos grupos — que, por sinal, o avaliam como um político “inseguro”. A impressão que se tem dele, nas várias correntes com as quais conversou, é de que, para disputar, “não” precisa apoiar ninguém, mas os líderes têm de apoiá-lo.

Era assim. Não é mais. Depois da Serpes/Acieg (e de pesquisas internas que encomendou), Mendanha recuou e agora começou a correr atrás de possíveis aliados. Ele disse a dois deputados que está às portas de fechar um acordo com Perillo — o mesmo tucano de quem estava fugindo e não quis fazer foto juntos há pouco tempo.
Na conversa com os deputados, Mendanha disse que o “acordo” com Marconi é o seguinte: ele vai para o governo, e o tucano irá para senador, com o vice ficando para indicação do PL. O ex-governador teria sugerido que Mendanha aceitasse um vice do PT, possivelmente Wolmir Amado ou Kátia Maria, mas o prefeito não quer, porque suas bases eleitorais, notadamente as evangélicas, não querem composição sua com o PT.
Mendanha gostaria de ter como vice a deputada Magda Mofatto ou os empresários Sandro Mabel (teria dito que prefere ficar na Federação das Indústrias do Estado de Goiás) e Wilder Morais (teria ressalvado que planeja disputar mandato de senador”. Aliados do prefeito dizem que “desistiu” de qualquer aliança com Henrique Meirelles (PSD). Na verdade, o ex-ministro não quer figurar na sua chapa, optando por uma aliança com Ronaldo Caiado, que é visto como mais competitivo.
Por que Mendanha procurou Perillo para conversar e por que o tucano, antes menosprezado, aceitou a reatar o diálogo? Porque os dois temem que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), seja reeleito no primeiro turno. As pesquisas sinalizam que a possibilidade de vitória no primeiro turno é alta (a Pesquisa Serpes mostra que tem 55% dos votos válidos, no momento). Porque não há sentimento de mudança.
Entre os tucanos, acredita-se que dificilmente Perillo terá como ajudar Mendanha a vencer o pleito, dado o favoritismo de Ronaldo Caiado. Porém, avaliam que Mendanha pode ajudar o ex-governador a tentar derrotar Henrique Meirelles.