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O tertius

Sua candidatura pode esvaziar inclusive a candidatura de Ronaldo Caiado

Maguito Vilela e Ronaldo Caiado

Na semana passada, o Jornal Opção ouviu oito emedebistas, da jovem e da velha guardas. Uns querem apoiar Ronaldo Caiado, pré-candidato do DEM a governador de Goiás, há os que defendem a postulação do deputado federal Daniel Vilela, pré-candidato do MDB, e há os que defendem que aliança só mesmo no segundo turno.

Um deputado sugere que, apoiando Ronaldo Caiado, as oposições têm condições de ganhar a eleição já no primeiro turno. “Caiado está maduro e certamente, se eleito, não vai jogar os emedebistas para escanteio. Assim como não se ganha eleição sozinho, não se governa solitariamente.”

Um deputado danielista frisa diz que chegou a hora de o emedebismo renovar. “Daniel Vilela, se candidato, é uma prova de que os líderes do MDB aprenderam uma lição: é preciso renovar tanto em termos de ideias quanto de pessoas. Com menos de 40 anos de idade, o deputado é articulado e significa de fato uma renovação tanto no partido quanto na política de Goiás.”

A maioria dos entrevistados avalia que o MDB precisa mesmo lançar candidato a governador e que composição, se houver, só no segundo turno. A tese é de que time que não joga não tem torcida e, com sua estrutura relativamente gigante no interior, o partido não deve abrir mão para o candidato de outro partido. “Os líderes emedebistas não terão como explicar aos seus militantes e ao seu eleitorado o motivo de, tendo nomes consistentes, como Daniel e Maguito Vilela, apoiarem o candidato de outro partido”, afirma um deputado.

Um grupo do MDB articula com Ronaldo Caiado à luz do dia e não vai apoiar Daniel Vilela. Tal grupo é integrado pelos prefeitos Adib Elias, de Catalão, Ernesto Roller, de Formosa, e Paulo do Vale, de Rio Verde. Eles não temem ser expulsos e dizem, com todas as letras, que, para ganhar a eleição, o nome mais sólido é o de Ronaldo Caiado, não é o de Daniel Vilela. Adib Elias chega a menosprezar o postulante emedebista, ao menos nas conversas reservadas. Há quem o chame de “o Caiadinho de Catalão” — tal a sua proximidade com o presidente do DEM.

Há como barrar o apoio de parte significativa do MDB a Ronaldo Caiado? Há, acreditam os líderes do partido. O que sustenta o apoio ao senador é o fato de que lidera as pesquisas de intenção de voto com certa folga. Porém, seus números caem quando o emedebista Maguito Vilela é mencionado nas pesquisas.

Portanto, há quem avalie que a única maneira de barrar o apoio de setores importantes do emedebismo a Ronaldo Caiado é retirando Daniel Vilela do páreo e bancando seu pai, Maguito Vilela, para governador. Há quem aposte que, se Maguito Vilela entrar na disputa, o senador, sentindo-se esvaziado, pode até mesmo retirar sua candidatura.

Maguito Vilela diz, com todas as letras, que apoia Daniel Vilela para governador. Mas, como político experimentado, não retira seu nome do jogo. Se perceber que seu grupo será atropelado pelo rolo compressor do grupo articulado pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia vai colocar seu nome na ribalta.