Laboratório da aliança MDB-PSDB fracassa em Goianésia. Dará certo na disputa de 2022?

17 novembro 2020 às 11h47

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Golbery do Couto e Silva escreveu que uma derrota atrai outra derrota. Os personagens de 2020, que tendem a ser os mesmos em 2022, “ouvirão” o recado das urnas?
Recentemente, em Goianésia, o presidente do MDB, Daniel Vilela, lançou Otavinho Lage para governador de Goiás, na disputa de 2022. O mais provável é outra composição — com Daniel Vilela (ou Gustavo Mendanha) para governador e Otavinho Lage (ou Jalles Fontoura) na vice.

A aliança usou como laboratório exatamente a eleição para prefeito em Goianésia ao bancar uma chapa com Pedro Gonçalves, do MDB, para prefeito e Marco Antônio Maia, do PSDB, para vice-prefeito. A aliança era tida como imbatível, porque representava os dois grupos políticos mais poderosos, em tese, do município. Além do que, via os irmãos Otavinho Lage e Jalles Fontoura, era a aposta do principal grupo econômico da região (dono da empresa Jalles Machado, uma gigante).
O prefeito Renato de Castro, que não pôde ser candidato — a cúpula estadual do MDB puxou seu tapete —, optou pela candidatura de Leonardo Silva Menezes, que, para a disputa, ganhou outro nome, Leozão do Renatão, do partido Democratas.
A batalha foi acirrada, mas, contados os votos, Leozão do Renatão foi eleito, com 45,02% dos votos — contra 42,87% de Pedro Gonçalves. Por ironia do destino, o candidato do DEM obteve 45% dos votos, quer dizer, 45 é o número do PSDB, o partido aliado do MDB na cidade.
O general Golbery do Couto e Silva, especialista em geopolítica, dizia que, no bojo de uma derrota, tende-se a ocorrer outra derrota. A experiência de aliança entre o PSDB e o MDB — feita numa cidade importante de Goiás, com mais de 52 mil eleitores e uma economia pujante — não deu certo. Resta saber se dará em 2022, possivelmente com personagens que articularam exatamente em Goianésia — Daniel Vilela, do MDB, e Otavinho Lage, do PSDB.
A história se repete: primeiro, como farsa; depois, como tragédia. Vale ficar atento à história.