Jogo real: entenda por que Wilder Morais deve disputar o governo em 2030 e não em 2026

15 outubro 2023 às 00h01

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Um dos “mentores” do senador Wilder Morais (PL) defende uma tese curiosa, que será expressa a seguir.
Ao contrário do que acreditam aqueles que pensam com o bolso — o senador é milionário e não é parcimonioso na distribuição de reais, dizem —, Wilder Morais está articulando para 2026, mas pensando em 2030.
Porém, se disser que vai disputar o governo em 2030, e não em 2026, Wilder Morais perderá força desde já. Portanto, se quiser chegar forte em 2030, tem de se posicionar, com firmeza, a partir de 2023.
Quando 2026 chegar, tendo assumido o cargo de governador do Estado de Goiás — porque o governador Ronaldo Caiado tende a se desincompatibilizar, no início de abril de 2026, daqui a dois anos e cinco meses —, Daniel Vilela, do MDB, será um candidato fortíssimo à reeleição. Enfrentá-lo, com chance de vitória, será muito difícil. Wilder Morais, empresário e político dos mais pragmáticos, certamente não o fará.
Entretando, se estiver com a base do PL fortalecida — com prefeitos em várias cidades —, o senador poderá apoiar Daniel Vilela para governador, em 2026, e cobrar o compromisso de ser apoiado, para o governo, em 2030. Este é o jogo real de Wilder Morais, mas não se explicita o jogo real antes da hora apropriada.
Veja-se uma exposição não ortodoxa (porque especulativa). Se o senador Vanderlan Cardoso (PSD) for eleito prefeito de Goiânia em 2024, daqui a onze meses, a tendência é que seja candidato à reeleição, em 2028.
Se eleito e reeleito, sobretudo se tiver feito uma administração competente — tem fama de gestor eficiente —, Vanderlan Cardoso certamente disputará o governo do Estado em 2030.
Como Wilder Morais deverá ser candidato a governador em 2030, e tendo como adversário um nome forte, Vanderlan Cardoso — se este tiver sido eleito e reeleito prefeito de Goiânia —, vai precisar do apoio de dois generais eleitorais: Daniel Vilela e Ronaldo Caiado.
Ademais, Wilder Morais sabe que uma eleição para governador é muito diferente de uma eleição para senador. Para governador, precisa-se de um grupo forte e de estruturas político-eleitorais no interior. Para senador, dinheiro pesa mais. (E.F.B.)