Jardel Sebba recupera fundo de servidores que teve rombo com Adib Elias e Velomar Rios

07 maio 2016 às 11h28

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O Ipasc chegou a ser envolvido em escândalos das pastinhas. Luciane Hoepers mesmerizou um ex-deputado do PMDB de Goiás

“O patrimônio líquido do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores de Catalão (Ipasc), que praticamente faliu com os peemedebistas Adib Elias e Velomar Rios, quase dobrou em 26 meses da gestão do prefeito Jardel Sebba (PSDB)”, afirma um auxiliar do gestor de Catalão.
O salto foi de R$ 35,07 milhões, em janeiro de 20104, para R$ 65,92 milhões em março de 2016, o que representa um acréscimo de 87,96%. “Obtivemos essa conquista importante mesmo em um período de crise, e com aumento das nossas despesas já que houve novas aposentadorias”, destaca o tucano Jardel Sebba.
O Ipasc já foi objeto de investigação na Operação Miquéias, que investigou fraudes em fundos de pensão, ou o chamado escândalo das “Pastinhas”, protagonizado por Luciane Hoepers.
No apagar das luzes da gestão de Velomar Rios, foram investidos mais de R$ 11 milhões do instituto — que garante a aposentadoria dos servidores municipais — nos chamados fundos podres.
A Polícia Federal apurou, à época, que belas mulheres foram utilizadas pela quadrilha para cooptar prefeitos e outros gestores públicos que, em troca, também receberiam parte do lucro da atividade criminosa.
Em Goiás, os ex-deputados Samuel Belchior e Leandro Vilela eram próximos de Luciane Hoepers. Uma Comissão Especial de Investigação (CEI) chegou a ser instaurada em Catalão para apurar o rombo no Ipasc.
Além do baque causado pelo investimento em fundos com baixíssima rentabilidade, o Instituto também tem de fazer desembolsos mensais, por força de parcelamentos realizados em gestões anteriores.
Respeita os servidores
O prefeito Jardel Sebba comemora com seus auxiliares e com a população do município a “superação das dificuldades”. “Essa gestão respeita os servidores e, consequentemente, respeita o Ipasc. Temos realizado uma gestão austera e profissional para garantir a melhor aplicação dos recursos que vão garantir a aposentadoria e a dignidade daqueles que dedicaram suas vidas a servir a nossa comunidade”, diz.
Jardel conta que, atualmente, a maior parte dos recursos está investidas em bancos públicos, com solidez comprovada. “Mais de 80% estão investidos na Caixa e no Banco do Brasil.”
Segundo o prefeito, “o Ipasc trabalha com um rigoroso sistema de metas, que orienta à busca pelas aplicações mais seguras e rentáveis”.
Operação Miquéias/Escândalo das Pastinhas
Deflagrada em setembro de 2013, pela Polícia Federal, investigava inicialmente lavagem de dinheiro No curso da investigação, observou-se que os líderes da organização criminosa também desenvolviam outra atividade ilícita: o aliciamento de prefeitos e gestores de regimes próprios de Previdência Social a fim de que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papeis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso.
Esses fundos eram formados por “papeis podres”, decorrentes da contabilização de provisões de perdas por problemas de liquidez e/ou pedidos de recuperação judicial dos emissores de títulos privados que compõem suas carteiras. Severos prejuízos foram verificados no patrimônio desses regimes próprios de Previdência Social.
Os prefeitos e gestores dos regimes de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado. O esquema contava também com a intermediação de importantes lobistas que faziam o elo entre agentes políticos e a quadrilha. (fonte: Polícia Federal)