Iris Rezende trata como figuras de 2º escalão os deputados José Nelto, Daniel Vilela e Bruno Peixoto

03 janeiro 2017 às 18h38

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Iris Araújo começa a avançar sobre os colégios eleitorais dos três políticos, que devem disputar, como ela, mandato de deputado federal em 2018

Desde a vitória para prefeito de Goiânia, o prefeito Iris Rezende afastou-se, cada vez mais, dos deputados estaduais José Nelto e Bruno Peixoto e do deputado federal Daniel Vilela (presidente do PMDB regional). Os parlamentares não estão nada entusiasmados com o peemedebista-chefe da capital. Falam cobras, lagartos e, às vezes, sapos do alcaide.
Consta que Iris Rezende esteve com Bruno Peixoto apenas uma vez e o teria acusado de “traição” por ter articulado a candidatura de Wellington Peixoto para presidente da Câmara Municipal de Goiânia, contrariando sua decisão de bancar Andrey Azeredo para a chefia do Parlamento. Publicamente, o deputado nada diz, até afirma que está tudo bem. No fundo, está magoadíssimo. Porque acredita que sempre foi fiel a Iris Rezende, trabalhou na sua campanha e avalia que seu irmão, Wellington Peixoto, tinha pelo menos o direito de disputar o comando do Poder Legislativo.
A questão-chave é que Iris Rezende não perdoa quem decide enfrentá-lo. Na sua visão, Bruno Peixoto, ao bancar o hermano, teria se comportado como Daniel Vilela, que derrotou seu pupilo, Nailton “Rezendinho” Oliveira na disputa pela presidência do PMDB regional.

Ressalte-se que Bruno Peixoto, José Nelto e Daniel Vilela não compareceram à posse e ao anúncio do secretariado de Iris Rezende. Eles avaliam que foram injustiçados. Os três viabilizaram recursos do PMDB — diretórios estadual e metropolitano —, no primeiro turno, quando a campanha de Iris Rezende fazia água, por falta de dinheiro, e, com o peemedebista eleito, foram esquecidos e, no caso de Wellington Peixoto, vetado na disputa pela chefia da Câmara Municipal.
Discretos, inclusive José Nelto, que é o mais boquirroto dos três, não querem se manifestar de maneira agressiva. Porém, nos bastidores, falam, com palavras candentes, que Iris Rezende, “atrasado e encanecido” — tanto que persiste falando em mutirão —, não dará conta de formular e executar um projeto para a Goiânia moderna. Vai limpar a cidade e tapar buracos — quer dizer, vai fazer o feijão com arroz.
Os três parlamentares não têm o mínimo interesse em ouvir falar no nome da ex-deputada federal Iris Araújo, que, na visão dos peemedebistas, “patrulha” o prefeito Iris Rezende 24 horas por dia. Ela trava o contato do marido com os políticos. É o que dizem vários peemedebistas.
Daniel Vilela, Bruno Peixoto e José Nelto são candidatíssimos a deputado federal em 2018 (Daniel Vilela é cotado para a disputa do governo). Estariam irritados, notadamente Bruno Peixoto e José Nelto, porque, segundo peemedebistas, Iris Araújo estaria convocando os suplentes de vereador mais bem votados pelo PMDB e partidos aliados em Goiânia com o objetivo de oferecer cargos na prefeitura. A obtenção dos cargos estaria condicionada ao apoio a Iris Araújo para deputada federal (ou senadora) em 2018. Noutras palavras, Iris Araújo começa a avançar nas bases dos três, agora em Goiânia e, posteriormente, avançará no interior. O filme já foi visto antes, como sabem Marcelo Melo (PSDB) e Thiago Peixoto (PSD) e Pedro Chaves (PMDB), entre outros.