Iris Rezende é pai do desgaste político do prefeito Paulo Garcia

10 setembro 2016 às 11h58

COMPARTILHAR

Aos 82 anos, Iris Rezende, do PMDB, faz parte da história de Goiás, e com certo mérito. Nos seus dois governos, contribuiu para construir uma ampla malha viária no Estado — ainda que não se preocupasse em fazer acostamentos, que representam segurança. Mas, como político, tem um defeito básico: aprecia tentar apagar a história positiva de seus adversários para reescrevê-la negativamente. Fez isto com Henrique Santillo, na década de 1990, quando voltou ao governo do Estado. Agora está tentando fazer o mesmo com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT.
Depois de exigir que Paulo Garcia fosse seu vice, na eleição de 2008, contrariando inclusive parte do PT, que tinha outras prioridades, e depois de bancá-lo para prefeito em 2012, Iris Rezende virou-se contra a criatura e começou a atacá-la de maneira indireta, usando intermediários, como José Nelto e, sobretudo, Agenor Mariano, o vice-prefeito da capital. Ao ficar calado, talvez por não entender o jogo que Iris Rezende estava montando, o petista cometeu um erro político, tornando-se o novo Henrique Santillo.
Para disputar a Prefeitura de Goiânia pela quarta vez, Iris Rezende queria se apresentar como oposição e, sobretudo, planejava voltar ao poder alegando que Paulo Garcia havia arrasado a cidade. Para tanto, logicamente, precisava romper com o prefeito. Foi o que fez, o que prova que não tem o hábito de ser leal aos que lhe são leais. Com deixou dívidas e maquinário, sobretudo o da coleta de lixo, sucateado, Iris contribuiu para travar a gestão do petista, ao menos por algum tempo. Só agora, depois de um desgaste incontornável, porque se tornou uma segunda pele, é que Paulo Garcia está deslanchando, talvez porque tenha se libertado do peemedebista.
Paulo Garcia tem desgaste. Mas o fato mais verdadeiro, porém submerso, é o seguinte: o desgaste do prefeito do PT tem um pai. Quem é? Sem tirar nem pôr, trata-se de Iris Rezende.