Parlamentares que iniciaram acordo sobre chapa alternativa à Mesa Diretora defendem representação sensível às demandas do executivo, mas com autonomia

Deputados afirmam que não querem interferências externas no processo de escolha do novo presidente da Casa | Foto: Nathan Sampaio

A eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, marcada para a sexta-feira, 1º de fevereiro, estava praticamente encaminhada, com a vitória do deputado estadual Álvaro Guimarães (DEM) tida como certa. Parlamentar mais experiente da Casa, ele conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado e é considerado cordato e habilidoso por todos os colegas.

Mas no meio do caminho tinha uma pedra…

E a pedra começou a aparecer na curva há pelo menos duas semanas. Sem críticas pessoais a Álvaro, alguns deputados começaram a dar sinais de descontentamento. A crítica principal é dirigida à forma como a decisão sobre a chapa chegou à Casa, como se fosse imposta pelo Executivo.

“Ninguém está aqui para dizer amém”, disse um deputado durante essas conversas, observando que sua opinião não foi ouvida no processo de escolha dos nomes para a Mesa e também para a definição de outros postos estratégicos na Casa, como a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.

Na última sexta-feira, essas conversas ganharam corpo e um grupo que pode garantir uma folgada vitória na eleição chegou a alguns consensos. O primeiro é de que, por não terem nada contra a candidatura pessoal de Álvaro Guimarães (“por uma questão de mérito”), ele pode ser mantido na cabeça da chapa. Contudo, todo o resto precisaria ser mudado.

Para consolidar essa posição, no entanto, o grupo discutiu nomes que podem ser colocados, a qualquer momento, como alternativas viáveis para a conquista da presidência. Sem confirmar diretamente, entre esses nomes estariam os deputados Humberto Aidar, Claudio Meirelles, Iso Moreira, Lissauer Vieira e Dr. Antônio.

Argumentam ainda que, neste início de mandato, é muito importante que a Casa seja sensível às demandas legislativas do Executivo, mas sem perder a autonomia. Nesse sentido, também refutam categoricamente a interferência de forças externas, quaisquer que sejam. “A decisão deve ser nossa”, diz um deputado. Um recado para o governador e para ex-governadores.