Governo de Caiado decide não convocar 120 auditores fiscais aprovados em concurso

12 maio 2019 às 00h00

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Uma pessoa do governo teria dito que não sabe se auditores contribuem para aumentar a arrecadação
Cento e vinte auditores fiscais foram aprovados em concurso público — em setembro de 2018 — do governo de Goiás. A rigor, foram aprovados 28 e os restantes ficaram na reserva técnica. Entretanto, como vários auditores estão se aposentando, há possibilidade de nomeação de todos.
O grupo dos 120 se reuniu, organizou uma comissão e, com muito custo, conseguiu uma audiência com a “inacessível” secretária da Fazenda, Cristiane Schmidt. No encontro, a economista disse não entender por que os jovens haviam feito concurso público e sugeriu que deveriam procurar emprego na iniciativa privada. Os garotos, com idade média de 26 anos, saíram cabisbaixos.
O governo decidiu que não vai convocar nenhum dos aprovados. Como o concurso tem validade de dois anos, é provável que poucos — ou nenhum deles — vão ser convocados entre 2019 e 2020.
Auditores fiscais frisam que o Estado está com dificuldade de aumentar a arrecadação e que precisa de novos auditores fiscais. Alguém do governo teria dito: “Não estou convencido de que o trabalho do auditor fiscal ajuda a aumentar a arrecadação”. Não se sabe se a autora da heresia (e, até, ingenuidade) foi a secretária Cristiane Schmidt — uma economista qualificada e séria.
Há, entre os auditores fiscais, quem avalie que falta a Cristiane Schmidt experiência nas áreas de gestão e coordenação de equipes. “A importância maior da Cristiane é mesmo nas negociações em Brasília, não em Goiás”, afirma um deputado da base caiadista.