O partido não tem candidatos a prefeito nas principais cidades, como Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Jataí e Luziânia

O mensalão e, sobretudo, o petrolão — a Lava Jato levou petistas e aliados à cadeia — desmoralizaram o PT, que está se apequenando. Hoje, a frente política formada pelo PDT e pelo PSB sugere que parte da esquerda se afastou, em definitivo, do partido, na prática, liderado por Lula da Silva — e não pela sua porta-voz, Gleisi Hoffmann. O PSDB, dadas as prisões de determinados próceres, como o ex-governador Marconi Perillo — liberado, responde a processos judiciais —, está se desmanchando no Estado de Goiás.

Nas principais cidades do Estado, o partido não tem candidato a prefeito, e nem mesmo a vice. Em Goiânia, o deputado Talles Barreto se apresentou para a disputa, sobretudo para consolidar seu nome para a disputa de mandato de deputado federal em 2022. A rigor, nem o partido vai investir muito na sua campanha. Seu principal vereador, Anselmo Pereira, saiu, alegando que o PSDB está “queimado”. O parlamentar foi eleito oito vezes e é uma perda inestimável. Sem Anselmo, o partido corre o risco de não eleger nenhum vereador na cidade com o maior número de eleitores de Goiás — quase 1 milhão.

Em Aparecida de Goiânia, cidade com o segundo maior eleitorado, o PSDB não tem candidato a prefeito e nem a vice-prefeito. Deve apoiar a reeleição do prefeito Gustavo Mendanha, do MDB, só para marcar presença no pleito. Mas o emedebista não precisa dos tucanos para ser eleito.

Em Anápolis, terceira maior cidade do Estado, em número de eleitores, o PSDB não tem candidato a prefeito. Mal tem presidente. Samuel Gemus assumiu num dia, renunciou no outro. Fala que é pré-candidato a prefeito. Mas nem ele mesmo parece acreditar. “Como pré-candidato”, afirma um petista, “ele continua médico”. No momento, é uma nota de rodapé na política da cidade mais industrializada de Goiás.

Luziânia, maior cidade do Entorno de Brasília, tem vários candidatos a prefeito — menos um postulante do PSDB. O DEM banca o deputado estadual Diego Sorgatto. O PSD lança o deputado estadual Wilde Cambão. O PSL vai com o advogado e produtor rural Eládio Carneiro.

Em Rio Verde, maior e mais próspera cidade do Sudoeste goiano, o PSDB não tem candidato. Pior: o presidente do partido está de saída, vai para o PSD. O DEM deve bancar o prefeito Paulo do Vale. O PSD banca Juraci Martins, que conta com o apoio do MDB de Edwal “Tchequinho” Portilho e Manuel Cearense e do PSB de Lissauer Vieira (há quem aposte que o presidente da Assembleia pode caminhar com Paulo do Vale). O PSDB se tornou um fantasma no município e talvez não tenha nem chapa para vereador.

Em Águas Lindas, vários partidos têm pré-candidatos, menos o PSDB. Fala-se, até, que o PSDB é “o partido que apoia”, não “o partido que disputa”. O eleitorado do município é crescente.

O PSDB “morreu” ou “está morrendo”? Está baleado. Pode ressurgir? Talvez.