Furtos de obras de arte no Cemitério Santana atingem famílias Albernaz, Amorim, Baiocchi, Ludovico Teixeira

19 março 2019 às 23h02

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Pintura de Confaloni desapareceu. Prefeitura de Goiânia, cuja gestão é capenga, é retratada pelo Cemitério Santana: morta e abandonada. Cadê os segmentos históricos, acadêmicos, arquitetônicos, imprensa e MP?

Yuri Baiocchi
Obras de arte e outros objetos feitos em metal valioso vêm sendo subtraídos do Cemitério Santana, em Goiânia.
O descaso da administração municipal já fez vítimas as famílias: Albernaz, Amorim, Baiocchi, Ferreira Rios, Ludovico Teixeira, Zupelli e outras mais.
No jazigo da família Pilade Baiocchi, por mais de uma vez já haviam arrancado as letras e números, em bronze, que compunham os nomes e datas de nascimento e morte de nossos entes queridos.
Recentemente, minha prima Ana Maria Amorim Baiocchi esteve visitando o jazigo e, para sua surpresa, a imagem de Jesus Cristo, em dimensões humanas, feita em bronze, e que estava sentada numa pedra, havia sido furtada do jazigo da nossa família, que fica na alameda principal do cemitério, a poucos metros do portão.

Do jazigo da família do desembargador Augusto Ferreira Rios já haviam furtado dois vasos de bronze com mais de meio metro de altura, além das letras, também em bronze, e dos puxadores das gavetas, do mesmo material. Há poucos meses furtaram um livro, em bronze, com aproximadamente um metro quadrado, que trazia incrustado um soneto de autoria de vô Augusto.
Soube que coisa semelhante aconteceu nos jazigos da Família Albernaz e da família do desembargador Eládio Amorim.
Os bandidos não pouparam nem mesmo o fundador de Goiânia e furtaram os puxadores, em bronze, do jazigo da família do dr. Pedro Ludovico Teixeira, na alameda principal.
Hoje me deparei aqui no Facebook com mais outro caso, dessa vez no fazigo da família Zupelli, também na alameda principal, onde furtaram uma imagem de Jesus Cristo de mais de dois metros e várias placas enormes, todas em bronze.

Gostaria de saber se houve outros casos além desses? Indigna-me a falta de zelo com a memória dos pioneiros de Goiânia, pois é justamente o Cemitério Santana o único espaço onde podemos prestar homenagens a eles. É assim que a cidade valoriza aqueles que a criaram? Que a Prefeitura de Goiânia, cuja administração é capenga e que é muito bem retratada pelo Cemitério Santana: morta, abandonada e ainda por cima surrupiada, faça vista grossa já era de se esperar, mas e os segmentos históricos, acadêmicos, arquitetônicos, o Ministério Público e a imprensa? Foram todos sepultados pela preguiça?
Nota final
Após a publicação, fui informado pelo Px Silveira sobre o furto de uma pintura de autoria de Frei Nazareno Confaloni de um túmulo. O professor Antônio César Caldas Pinheiro também me informou sobre o furto de uma placa de bronze, com um soneto inscrito, do jazigo de Lívio Ludovico de Queiroz Barreto.