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Frederici Jayme: "Iris fala que saí do partido para ficar no TCE, como se esquecesse que para ser conselheiro não é permitido ser filiado [a partido político], e depois que saí do TCE, a pedido dele, retornei ao meu partido de origem” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Frederici Jayme: “Iris fala que saí do partido para ficar no TCE, como se esquecesse que para ser conselheiro não é permitido ser filiado [a partido político], e depois que saí do TCE, a pedido dele, retornei ao meu partido de origem” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás e ex-deputado Frederico Jayme (PMDB) diz que o candidato do PMDB a governador do Estado, Iris Rezende, tem o hábito de “atacar” os adversários, mas não aceita discutir a origem de seu “farto patrimônio”. “Se a origem é honesta, por que não apresentar os dados ao eleitorado. Poderia dizer assim: ‘Antes de 1983, eu tinha isto e agora tenho isto’. Não entendo também o motivo de Iris ter recorrido à Justiça para evitar a quebra de seu sigilo bancário. O que o ex-prefeito de Goiânia está escondendo? Informações precisas sobre o contrato com a Qualix e seu faturamento na prefeitura também são bem-vindas.”

Frederico diz que há políticos que, de repente, aparecem com aviões, mas sem explicar como o comprou. “Será que o político vendeu um bem tão valioso assim para conseguir adquirir um avião caríssimo?”

Na opinião do ex-deputado, Iris vai, “mais uma vez, derrotar o PMDB. Ele não tem um projeto partidário — joga sempre para si e para sua família. Uma vez, na inauguração de um comitê de Thiago Peixoto, pediu votos para sua mulher, Iris Araújo, de quem os peemedebistas, em peso, não gostam”.

O PMDB, frisa Frederico, nunca esteve tão desunido. “Iris é um elemento da discórdia. Metade do PMDB está apoiando a reeleição do governador Marconi Perillo. Eu faço contatos com peemedebistas de todo o Estado, o que Iris não faz, pois mal sai de seu escritório, e sei que há uma rejeição profunda ao político mais superado de Goiás. Posso dizer que outros peemedebistas vão abandonar a campanha de Iris, nos próximos dias. Alguns não vão revelar sua decisão para não serem perseguidos. O curioso é que Marconi une mais o PMDB do que Iris. O PMDB não acredita em Iris, o puxador de tapete inveterado. É sua grande arte. Goiás precisa criar a Associação das Vítimas de Iris (Aviris). Henrique Meirelles, Vanderlan Cardoso e Júnior Friboi são ‘integrantes’ da Aviris.”

Em recente conversa com Júnior Friboi, Frederico ouviu que o empresário liberou seus aliados para apoiar Marconi. “Júnior não quer, em nenhuma hipótese, uma vitória de Iris. Ele pode ficar ligeiramente afastado do processo, mas torce pela vitória de Marconi.”
Ante o esvaziamento da campanha de Iris, “por falta de motivação”, Frederico afirma que “Mar­coni deve ser reeleito no primeiro turno”.

No caso de derrota de Iris, o que acontecerá com o PMDB? “A derrota de Iris pode resultar, mesmo no curto prazo, numa vitória do PMDB, que vai se livrar de um líder castrador dos novos líderes. Iris representa um desastre para o partido e seus integrantes”, assinala Frederico. “O partido, com Iris fora do comando, vai passar por uma reestruturação, uma glasnost, uma espécie de desinfecção. O partido vai se tornar mais aberto, democrático. Maguito Vilela, Júnior Friboi, Gilberto Naves, entre outros, poderão participar ativamente da vida do partidária.”