Ex-ministro Paulo Bernardo é preso pela Polícia Federal. É marido da senadora Gleisi Hoffmann

23 junho 2016 às 08h12

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A PF fez apreensões na casa da senadora Gleisi Hoffman (do Paraná), do Partido dos Trabalhadores
Comenta-se em Brasília que a “casa caiu” e que as investigações das operações Custo Brasil- Lava Jato estão cada vez mais próximas da presidente Dilma Rousseff. A Polícia Federal, cumprindo determinação da Justiça, prendeu na quinta-feira, 23, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), marido da senadora Gleisi Hoffman (PT). Ele foi ministro tanto do governo de Lula da Silva quanto do governo de Dilma Rousseff.
Paulo Bernardo estaria envolvido num esquema de irregularidades envolvendo contratos de informática no Ministério do Planejamento. A Polícia Federal investiga uma propina de 100 milhões de reais, paga entre 2010 e 2015.
Leonardo Attuch e Carlos Gabbas
O jornalista Leonardo Attuch, editor-diretor do jornal digital “Brasil 247”, Carlos Gabbas, ex-ministro da Previdência, foram levados para depor de maneira coercitiva. A Polícia Federal fez apreensões na casa do jornalista.
Consist Software
A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensões e 14 mandados de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. A 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo expediu as ordens. “Há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado”, informa a PF. A Consist Software é a empresa apontada como envolvida no esquema. “Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos – fictícios ou simulados.”
Pena de 12 anos de prisão
Os presos estão sendo levados para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Os investigados, provadas as denúncias, devem ser processados por tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As punições, em caso de condenação, varia de 2 a 12 anos de prisão.
Propina de 1 milhão
Paulo Bernardo, Gleisi Hoffman e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, de Curitiba, já haviam sido denunciados pela Procuradoria-Geral da República. O ex-ministro e a senadora foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois petistas recebem 1 milhão de reais de propinas por meio de contratos entre empreiteiras e a Petrobrás. Segundo a investigação e a denúncia, o dinheiro foi usado para bancar as despesas da eleição de Gleisi Hoffman ao Senado, na eleição de 2010.
A Procuradoria constatou que, quando ministro, Paulo Bernardo pediu o dinheiro para beneficiar sua mulher. A solicitação foi feita diretamente a Paulo Roberto Costa, que era diretor de Abastecimento da Petrobrás. O engenheiro era um dos organizadores do esquema de corrupção na Petrobrás, com indicação do PP, mas com ligações com o PT e o PMDB. Na delação premiada, Paulo Roberto revelou os esquemas de corrupção na principal estatal do país. O pagamento da propina foi operado pelo doleiro Alberto Youssef.