Quem não aprecia surpresas e reviravoltas não deve escrever (nem ler) sobre política. Por isso, os (e)leitores — assim como os políticos — precisam olhar a política de Anápolis (e a de Goiânia) tendo em vista a conexão com a disputa de 2026.

Em Anápolis, o União Brasil tem pré-candidata a prefeita, a professora Eerizânia de Freitas, uma jovem consistente e articulada. Nas pesquisas de intenção de voto, aparece bem atrás de Antônio Gomide, do PT, e de Márcio Corrêa, do PL.

As pesquisas de intenção de voto mostram o início de uma polarização entre Antônio Gomide (o favorito, no momento) e Márcio Corrêa. Por isso, possivelmente, os eleitores talvez nem estejam prestando atenção em Eerizânia Freitas.

O que se comenta, lá nos bastidores dos bastidores, é que, entre julho e agosto, uma nova aliança será orquestrada em Anápolis. Mas qual aliança?

O que mais se fala, ainda que com certa discrição, é que o União Brasil vai acabar apoiando o pré-candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro e do senador Wilder Morais. Ou seja, Márcio Corrêa.

Há, então, a possibilidade de Eerizânia Freitas, bancada por Ronaldo Caiado — que vai operar ainda mais na cidade —, ser a vice de Márcio Corrêa? Neste momento, todos vão dizer que “não” e que a união-brasilianista será candidata… até o fim.

Porém, é preciso ressaltar que Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro estão cada vez mais próximos. Sobretudo, é preciso registar que o nome do bolsonarismo, Márcio Corrêa, é o mais sólido, eleitoralmente, da direita anapolina.

Portanto, para fortalecer Márcio Corrêa — e a aliança para 2026 (Bolsonaro tende a apoiar Ronaldo Caiado para presidente da República) —, há a possibilidade de se retirar a candidatura de Eerizânia Freitas. Há, inclusive, a possibilidade de torná-la vice do postulante do PL.

Vale sublinhar que Márcio Corrêa já poderia ter indicado seu vice — por exemplo, Pedro Paulo Canedo Caiado (MDB), parente de Ronaldo Caiado. Não o fez porque, quem sabe, está esperando a formatação de uma aliança mais ampla.

Se as direitas se unirem em Anápolis, o que se terá em vista é a possibilidade de uma virada histórica. Ou seja, a ideia é ganhar de Antônio Gomide já no primeiro turno. Maluquice? Pode ser. Porque o postulante do PT se mantém forte, liderando com alguma folga. (E.F.B.)