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O governo de Lula da Silva, do PT, é tão ruim quanto dizem as pesquisas? Talvez não. Mas o que persiste é a “sensação” de que o petista-chefe não faz um governo positivo. Então, a crise, possivelmente menor do que aparenta, retroalimenta-se, piorando o quadro da avaliação do presidente red.

Entretanto, se a disputa da Presidência da República fosse hoje, Lula da Silva teria dificuldade de se reeleger. Porém, a um ano e sete meses do pleito, se as medidas que vêm tomando melhorarem o país — como o poder de consumo da classe média (a que mais gera a sensação de crise, porque fica com dificuldade de trocar o automóvel e de viajar para o exterior) —, o petista pode voltar a ser altamente competitivo. Curiosamente, mesmo com a imagem em baixa, as pesquisas de intenção de voto ainda o mostram como competitivo, à frente de vários postulantes da direita.

Eduardo Bolsonaro: melhor como vice como titular | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

A direita tem vários pré-candidatos por dois motivos. Primeiro, porque Jair Bolsonaro, do PL, está fora do páreo, portanto não será candidato a presidente. Segundo, porque Lula da Silva está mal avaliado como presidente. O petista está “sangrando” em praça pública.
Os pré-candidatos da direita são: Ronaldo Caiado, do União Brasil, Eduardo Bolsonaro, do PL, Ratinho Júnior, do PSD, Pablo Marçal, do PRTB, e Gusttavo Lima, sem partido. Romeu Zema, do Novo, parece carta fora do baralho.

Os mais consistentes, e nem se está falando de intenção de voto, são os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, do Paraná, Ratinho Júnior. Já a força do deputado federal do Partido Liberal deriva não de si, mas de seu pai, Jair Bolsonaro.

Pablo Marçal e Gusttavo Lima são os famosos “fogo de palha”. Pode até começar bem, mas não têm estatura e couro grosso para enfrentar uma campanha altamente pesada, como será a de 2026.

Ciro Nogueira e Lula da Silva: o petista é um profissional | Foto: Reprodução

Enfrentar um peso-pesado como Lula da Silva não é para amadores, é para profissionais como Ronaldo Caiado, que, além da coragem pessoal, tem um cartel de serviços prestados à população de Goiás que poderá ser exibido à população do Brasil.

A direita está forte. Muito forte. Mas, se lançar de dois a três candidatos — às vezes com arestas incontornáveis durante a campanha —, pode acabar perdendo para Lula da Silva, insistamos, um profissional da política.

Unida, com um candidato consistente como Ronaldo Caiado, e um vice do bolsonarismo, como Eduardo Bolsonaro, a direita poderá derrotar Lula da Silva até, quem sabe, no primeiro turno.

Jair Bolsonaro, um líder de massas mais do que um líder político, se fosse um operador de verdade, poderia atuar para unir as direitas.

Jair Bolsonaro poderia bancar Ronaldo Caiado para presidente, com Eduardo Bolsonaro na vice. Poderia articular Pablo Marçal para senador em São Paulo e Gusttavo Lima para senador em Goiás. Seria uma grande aliança tanto nacional quanto nos Estados.

Mas, insistamos, o ex-presidente não tem um pensamento estratégico refinado. Em geral, pensa pequeno. Por isso, pode acabar sendo o coveiro da direita e o “levantador” de Lula da Silva em 2026. (E.F.B.)