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Como definir, política e ideologicamente, o senador Vanderlan Cardoso, do PSD? Seria de centro? Talvez. É de direita? É o mais provável. De esquerda, lógico, não é.

Porém se se inscreve como integrante da direita — a liberal, defensora do mercado —, Vanderlan Cardoso não representa a direita organizada de Goiás.

A direita militante do Estado é representada, em larga escala, pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL) — o segundo mais votado na disputa eleitoral de 2022, com mais de 200 mil votos.

Gustavo Gayer
Gustavo Gayer: deputado federal é competitivo em Goiânia | Foto: Reprodução/YouTube

Então, se não tem o controle da direita — a militante —, com quem Vanderlan Cardoso contará para disputar a Prefeitura de Goiânia? Difícil saber.

Para se reaproximar da direita participante, a de Gustavo Gayer, o que Vanderlan Cardoso terá de fazer? Primeiro, pedir bênção — o que significa desculpar-se, e retirar o processo judicial contra o deputado, o que dificilmente fará. Segundo, por intermédio do senador Wilder Morais, tentar aproximar-se da direita bolsonarista, eventualmente, se for possível, “contornando” Gustavo Gayer. O que será muito difícil, quiçá impossível.

O fato é que a direita, a ligada a Gustavo Gayer, pode acabar prejudicando, de maneira exponencial, a campanha de Vanderlan Cardoso em Goiânia. Pode, inclusive, retirá-lo do páreo. Ou seja, de um possível segundo turno.

Os grupos políticos ligados ao governador Ronaldo Caiado vão articular, de maneira ampla, com o objetivo de esvaziar Vanderlan Cardoso em Goiânia. Então, se não contar com o apoio da direita bolsonarista, o senador possivelmente ficará ainda mais isolado — quiçá só, solamente só.

Há, por fim, outra questão relevante: Gustavo Gayer pode disputar a Prefeitura de Goiânia, e pode até não ser eleito, mas terá muitos votos. E votos que tendem a ser retirados exatamente de Vanderlan Cardoso.