Deputado Kim Kataguiri pede a prisão do presidente do STF, Dias Toffoli

20 novembro 2019 às 09h10

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Parlamentar do DEM cobra o afastamento do ministro. Ele alega que o magistrado abusou de sua autoridade

A jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, publicou (nota “Toga presa”) que o deputado Kim Kataguari (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre (MBL), instou a Procuradoria-Geral da República a pedir “o afastamento e a prisão do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Kim Kataguiri, afirma, na transcrição de Mônica Bergamo, que Dias Toffoli “abusou de sua autoridade ao determinar que o Banco Central enviasse cópias dos relatórios produzidos pelo antigo Coaf nos últimos três anos — com dados sigilosos de 600 mil pessoas”. A ressalta é que, em seguida, o ministro do Supremo “revogou a decisão”.

“Inexiste qualquer processo ou investigação sobre tão vultosa quantia de pessoas”, informa a representação protocolada por Kataguiri. “O texto é assinado pelo advogado Rubinho Nunes representando o deputado.” Dias Toffoli não apresentou sua opinião à repórter.
Opinião
Mônica Bergamo limita a transcrever a posição de Kim Kataguiri, até porque Dias Toffoli não se manifestou. Mas dificilmente o procurador-geral Augusto Aras vai pedir o afastamento e a prisão do ministro. A rigor, como presidente do Supremo, Dias Toffoli podia fazer o que fez e, alertado sobre os problemas decorrentes de sua iniciativa, recuou. Não configurou crime.
Mas Kim Kataguiri tem razão em parte: por qual motivo pedir dados de tantas pessoas? Elas cometeram quais crimes? Não se pode criar um “estado policial”, que invada a vida dos indivíduos — sobretudo inocentes —, e especialmente a partir da Justiça.