Daniel Vilela diz que o PMDB terá candidato e não há motivo para bancar Caiado para o governo

03 junho 2017 às 12h47

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Presidente do PMDB afirma que, se o partido tem bons candidatos, não há razão para buscar um nome de outro partido

Recém-operado de uma hérnia, no Hospital Sarah Kubitschek, o deputado federal Daniel Vilela já está na ativa. “Ando pouco, mas comunico-me o tempo todo com as bases do PMDB no Estado.” Aos que afirmam que estaria desanimado, uma ducha de água fria: “Nunca estive tão animado, até animadíssimo, para disputar o governo de Goiás. O cenário é plenamente favorável. E, ao contrário do que divulgam, não fui citado na Operação Lava Jato, e sim numa delação premiada — o que é bem diferente.” O parlamentar frisa que “crime eleitoral” é diferente de “propina”.
Daniel Vilela diz que percebe que os articuladores tucanos querem “definir” até os candidatos adversários. “Mas sustento que o candidato do PMDB será escolhido por seus militantes, não pelos tucanos. Dá para perceber que há uma preferência pela disputa contra o senador Ronaldo Caiado, e não contra mim, que represento a renovação da política de Goiás, tanto em termos de ideias quanto de idade. Friso que não tenho razão alguma para não disputar o governo. O cavalo está arreado na minha porta, portanto, por que devo ignorá-lo?”
A relação com Ronaldo Caiado é, afirma Daniel Vilela, “positiva”. “Mas o PMDB e o DEM são partidos diferentes e é normal que cada um lance o seu candidato. Nós temos um partido sólido, com estrutura em todo o Estado, e por isso avaliamos que devemos bancar um candidato a governador. Se temos bons candidatos, com a possibilidade de ganhar as eleições, por que devemos abrir as portas para o candidato de outro partido?” O presidente do PMDB frisa que não está descartando uma aliança com Ronaldo Caiado. “O que estou esclarecendo, sem subterfúgios, é que nós, do PMDB, vamos ter candidato a governador em 2018.”
A respeito do quadro nacional, Daniel Vilela diz que não há nada definido. “Cada semana tem sua história, sua crise. O presidente Michel Temer acredita que permanecerá no governo e trabalha para continuar. De fato, poucos políticos articulam tão bem, com as forças políticas do Congresso, quanto o veterano peemedebista.”
No caso de eleição indireta para presidente, Daniel Vilela admite que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sai na frente. “Ele é um dos favoritos. Mas seu sucesso depende, em larga medida, da relação com Michel Temer. Se perder o apoio do PMDB, pode ficar fora do processo.” O parlamentar sugere que, por ser filiado ao PMDB e por sua história na política brasileira, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim “é o que mais agrega”. “Tasso Jereissati até agrega, mas há uma certa resistência ao fato de ser do PSDB. Muitos vão jogar contra.”