Crise entre Kajuru e Baldy tira de vez o PP de aliança com Elias Vaz em Goiânia

Cúpula do PP gostaria de atrair Maguito Vilela para a disputa, mas pode fechar com Francisco Júnior

O deputado federal Elias Vaz, do PSB, e o senador Vanderlan Cardoso, do PP, são amigos. Chegaram a conversar sobre a possibilidade de uma aliança na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Elias Vaz é um articulador hábil, diplomático e cumpridor de acordos — como também Vanderlan Cardoso.

Mas uma pedra surgiu no meio do caminho, virou montanha e está impedindo qualquer reabertura de diálogo entre o Partido Socialista Brasileiro, ao qual pertenceu Vanderlan Cardoso, e o Progressitas. A pedra tem nome: é o senador Jorge Kajuru, do PSB.

Recentemente, Kajuru fez críticas acerbas ao presidente regional do PP, ex-ministro Alexandre Baldy — o que resultou em crise e processo judicial. O PP, em definitivo, não apoiará a candidatura de Elias Vaz a prefeito de Goiânia.

Indiretamente, ao criticar Baldy, o senador Kajuru pode ter contribuído para fortalecer dois caminhos para o PP.

Primeiro, lançar candidato próprio a prefeito da capital. O nome preferido é Maguito Vilela, mas o ex-governador não cogita trocar o MDB pelo PP. No fundo, Maguito acredita que o prefeito Iris Rezende poderá bancá-lo (o que parece uma missão impossível para a maioria dos analistas políticos).

Segundo, o PP pode bancar a candidatura do deputado federal Francisco Júnior, do PSD para prefeito de Goiânia. Por dois motivos. Primeiro, Vanderlan Cardoso mantém relação cordial tanto com Francisco Júnior quanto com o presidente regional do PSD, ex-deputado federal Vilmar Rocha. Segundo, o PSD não tem projetos majoritários para 2022 e, portanto, poderá apoiar Alexandre Baldy ou Vanderlan Cardoso para o governo do Estado.

Pode-se dizer que, ao disparar sua metralhadora giratória, Kajuru fez sua primeira vítima. Não Baldy, e sim Elias Vaz.