Crime de Itumbiara: há surto psicótico programado? E programado para matar?

29 outubro 2016 às 11h17

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“Lógica, comportamento ordenado e premeditação são indicadores de improbabilidade de psicose”, diz o psiquiatra Lúcio Malagoni

A Polícia Civil não concluiu o inquérito sobre o assassinato do ex-prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha e do cabo Vanilson Pereira, da Polícia Militar. O crime ocorreu há mais de um mês.
Há várias hipóteses sobre o duplo assassinato. Primeira: o assassino Gilberto Ferreira do Amaral, o Béba, que também foi morto por policiais, teria tido um surto psicótico.
Perguntas que a polícia faz: “Por que um surto psicótico exatamente no dia da carreata do candidato do PTB a prefeito?” e “Há surtos psicóticos programados?”
Segunda: alguém, com interesse político ou motivação pessoal, teria incentivado Gilberto do Amaral a matar José Gomes da Rocha?
Terceira: alguém pode não ter instigado diretamente, mas pode ter buzinado nos ouvidos no sugestionável Gilberto do Amaral, várias vezes, a seguinte mensagem: “Zé Gomes não pode ser eleito prefeito de Itumbiara”. Béba pode ter entendido assim: “Vá lá e retire o Zé Gomes do páreo”.
Uma coisa é certa: o deputado Álvaro Guimarães (PR), adversário de José Gomes da Rocha, não está envolvido no crime. Numa campanha nunca se é responsável por todos os atos de seu entourage.
Análise de psiquiatra
O médico-psiquiatra Lúcio Malagoni escreve: “Uma característica comum do crime psicótico é sua impenetrabilidade psicológica, às vezes beirando o bizarro. Exceções raras na paranoia — como o sujeito que incendiou uma vila por acreditar-se perseguido pela população. Lógica, comportamento ordenado e premeditação são indicadores de improbabilidade de psicose”.