Com Professora Edna desidratando e Cambão anêmico, Diego Sorgatto descola em Luziânia

01 novembro 2020 às 00h45

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O trunfo da candidata do Podemos era a prefeitura. Tormin tenta elevar o deputado estadual, mas ele não sai do lugar

A eleição para prefeito de Luziânia havia “esquentado”, dado o fato de, estando na prefeitura, a Professora Edna Aparecida ter se tornado, de repente, poderosa. Entretanto, sem o controle da máquina, a candidata do Podemos parece ter se desidratado. O que deixa patente que sua força derivava do poder e não da assimilação de suas ideias pela população.

Cristóvão Tormin reassumiu o mandato, retirando o principal trunfo da Professora Edna, e, em tese, poderia ajudar mais o seu pupilo, o deputado estadual Wilde Cambão, candidato pelo PSD. O problema é que Cambão está tão “anêmico” — politicamente — que talvez nem dê conta mais de gritar “sou candidato!”
Brincadeira à parte, a 15 dias das eleições, Tormin, que é um gigante em campanhas políticas, não tem mais como virar o jogo.

Com Professora Edna desidratando e Cambão tentando escapar da inanição, o candidato do partido Democratas, Diego Sorgatto acabou deslanchando. Hoje não há viv’alma em Luziânia que não diga que o deputado estadual será eleito prefeito. Só perde se ocorrer um terremoto.
Tormin, por sinal, já está pensando noutro pleito, o de 2022, quando deverá disputar mandato de deputado estadual. O prefeito não quer ficar sem mandato, porque sabe que, com Sorgatto na prefeitura e devido aos seus problemas judiciais, não ter mandato é o mesmo que ficar sem nenhuma proteção. Mesmo com a imagem desgastada, Tormin é um “ninja” em política e tem chance de se eleger deputado no próximo pleito.

O que Tormin fará de Cambão em 2022? Resta devolvê-lo à função de cabo eleitoral. O deputado aceitará? Não se sabe. O que se sabe é que, mesmo em má situação, Tormin é mais político do que seu aliado. Já o partido Democratas deve bancar Marcelo Melo para deputado estadual em 2022. O PSL certamente lançará o advogado Eládio Carneiro — vice da Professora Edna (e melhor político do que ela) — para a Assembleia Legislativa. (Frise-se que a eleição para deputado será realizada daqui a um ano e 11 meses.)
Frise-se que o prefeito Tormin certamente enfrentará problemas para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A Professora Edna — sem querer querendo — deixou a “bomba” nas suas mãos. A um aliado, o prefeito sugeriu que as demissões que promoveu recentemente têm a ver não apenas com política, mas também com uma tentativa de ajustar a máquina.