Código de Ética pode controlar viagens de deputados e conter indicação de servidores fantasmas

04 abril 2015 às 11h10
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Um deputado ligado ao presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, sugere que é preciso investigar a fundo as viagens de parlamentares pagas pelo poder público. “É possível que um deputado requeira 30 mil reais, não gaste todo o recurso, mas nada devolva. Há pelo menos um caso de parlamentar que levou os netos para a Disney, nos Estados Unidos, quando acreditava-se que estava viajando a trabalho.”
Gestor rigoroso, Sousa quer limitar uma viagem por mandato. Porém parte dos deputados quer pelo menos duas viagens por ano. O presidente pode sugerir que, ao viajar, o deputado pague as despesas com seu próprio dinheiro e, com documentos comprovando gastos com passagens, hotel, táxi e alimentação, a Assembleia o ressarcirá. Há parlamentares que não querem que, em benefício do Erário, a “regra” seja mudada.
Para conter abusos, a Assembleia deveria aprovar um Código de Ética. Um peemedebista sublinha que Sousa quer sua aprovação, mas a maioria quer um Código de faz de conta.
Promotores de justiça avaliam que um Código de Ética seria fundamental para que a sociedade pudesse ter um instrumento de pressão sobre aqueles parlamentares que burlam a legalidade. Os casos como os denunciados pela Operação Poltergeist poderiam ser evitados. A história do padre Luiz Augusto, denunciado como funcionário fantasma, não teria demorado anos para ser descoberta. “Quase todo mundo sabia que o padre recebia sem trabalhar, porém, por falta de mecanismos de transparência, o ‘fantasma’ recebeu dinheiro público durante anos”, afirma um tucano.