Clausewitz: a tática é “derrubar” Romário Policarpo e a estratégia é “controlar” Rogério Cruz

30 novembro 2022 às 09h46

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Sabe qual é a Cachoeira mais famosa da Chapada dos Veadeiros? São tantas e tão belas que é difícil discriminar qual é a mais célebre. Mas uma das mais visitadas, salvo engano, é a Cachoeira do Segredo. Talvez por causa do nome.
A Cachoeira do Segredo é cercada por uma floresta, digamos. Ao turista cabe olhá-la, de perto ou de longe, mas sem deixar de examinar a diversidade das árvores. Aquele que só olha a floresta não percebe o vigor de uma árvore. E aquele que só olha a árvore não percebe a resistência da floresta.

Mas o que chama mesmo a atenção é a poderosa Cachoeira, com suas águas cristalinas (e, como se sabe, nem toda Cachoeira é limpa, e nem é por causa dos “bichos”).
Então, é o seguinte, deixando as metáforas de lado, com sua Cachoeira: o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, do partido Republicanos, está fazendo obras, e concluindo aquelas deixadas pela gestão de Iris Rezende, numa luta para atuar sempre dentro da legalidade. Pois bem: a gestão municipal cancelou um contrato que tem a ver com robótica, no valor de 30 milhões, com o objetivo de salvaguardar o Erário.
Bem, a empresa que teve o contrato cancelado, tida como uma Cachoeira tentacular, não apreciou o ato de preservar o tesouro municipal — público — e decidiu abrir uma guerra contra a gestão de Rogério Cruz, inclusive com notas plantadas e adubadas em sites ditos pouco católicos.

Como a administração municipal resiste às pressões, a turma da Cachoeira (segundo o Google, tem mais de 100 metros de queda d’água), que não quer mais caçar níqueis — optou por caçar-fortunas públicas — decidiu investir em outra seara.
Os Fouchés do Cerrado decidiram que, para prejudicar a gestão municipal, é preciso conquistar o controle da Câmara Municipal. Noutras palavras, o que se quer é usar o Legislativo — vereadores — para pressionar o prefeito. Não se pode sugerir que a tática não é inteligente. Pois é. Mas não é limpa; portanto, não é legal nem legítima.
Querem retirar Romário Policarpo da presidência da Câmara Municipal de Goiânia. Como se vê, Romário Policarpo é a árvore — confira, acima, sobre a Cachoeira do Segredo, a árvore e a floresta. Estão atacando a árvore. É a tática, diriam Napoleão e Clausewitz. Mas o objetivo final — a estratégia — é o ataque à floresta (Rogério Cruz). Atacam a árvore, Romário Policarpo, para, adiante, destruir ou controlar a floresta, Rogério Cruz. Um jogo “malicioso”.
Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público de Goiás, Ministério Público Federal e Poder Judiciário precisam ficar atentos — até muito atentos — ao que está acontecendo na Câmara Municipal de Goiânia. Depois que a Cachoeira do Segredo explodir, deixando de ser segredo — ao atrair a mídia nacional para Goiás —, com a exibição de conexões perigosas, muitos vão lamentar não ter feita nada antes. Como se sabe, fato semelhante aconteceu antes…
Mas, afinal, qual é mesmo o segredo da Cachoeira? Ora, nem é preciso revelá-lo. Os leitores — assim como policiais, promotores e juízes — sabem do que se está falando. A Cachoeira continua onipresente, com negócios e guerras em vários flancos. Bem, uma dica: a troca das preposições “da” e “do”, antes de Cachoeira, certamente fará a diferença — pró-entendimento.