Catalão: Fayad está reservando espaço pra Jamil Calife? Zé Nelto: “Velomar está no jogo”

Um veterano político diz que uma pesquisa, “tão nova quanto quentinha”, mostra que, se Velomar Rios sair do páreo na disputa pela Prefeitura de Catalão, “o próximo prefeito será Mister E.G.”.

O repórter estranha e pergunta: “Quem é E.G.?”. O político diz, rindo: “Estou falando de Elder Galdino. Será no mínimo curioso um candidato do MDB, partido presidido pelo vice-governador Daniel Vilela, derrotar o candidato do prefeito Adib Elias”. Este estaria falando que o MDB “voltará” ao seu comando. “Mas até agora nada. Elder Galdino continua mandando, e com o apoio de Daniel Vilela.”

Velomar Rios é uma incógnita. De acordo com o deputado federal José Nelto, do pP, o secretário de Saúde “é o único que pode derrotar o candidato do MDB. Se o meu amigo e aliado Adib Elias, um excelente prefeito, quiser — e ele quer — fazer o sucessor deve bancar seu auxiliar”.

José Nelto diz que, ao contrário do que se tem falado na imprensa, Velomar Rios não anunciou que jogará a toalha para abrir espaço para a candidatura de Nelson Fayad, a aposta de Adib Elias. Porém, se não anunciou, também não disse, publicamente, que será candidato e que enfrentará o postulante bancado pelo gestor municipal.

Em Catalão não há viv’alma que acredita que Velomar Rios será candidato contra um candidato apoiado pelo prefeito. “Só José Nelto, que não mora na cidade, acredita que Velomar Rios será candidato”, afirma um político ligado a Adib Elias. “Velomar é uma pessoa ótima, humilde. Mas não tem estrutura nem coragem para participar de uma campanha contra o candidato de um trator como Adib Elias.”

A tal pesquisa “quentinha”, up-to-date, sinaliza o seguinte: Velomar Rios realmente é o líder, beirando 30% das intenções de voto (sua popularidade advém de ter sido um secretário da Saúde atuante antes, durante e depois da pandemia da Covid). Porém, quando seu nome é retirado, Elder Galdino salta para o primeiro lugar, distanciando-se dos demais. Nelson Fayad, o Nelson do Adib, se torna o segundo colocado — seguido por Gustavo Sebba (PSDB), Renato Ribeiro (PL) e Júlio Pachoal (PT).

A pergunta é: como não tem o couro grosso de Adib Elias — que é acostumado a ser criticado pelos adversários —, Nelson Fayad aguentará a artilharia pesada de Elder Galdino (tem políticos estranhando sua moderação em relação a Adib Elias), de Gustavo Sebba e Júlio Paschoal? Ainda não se sabe como será o comportamento de Renato Ribeiro — produtor rural, representante do Agro, que teria forte ligação com Adib Elias. Há até quem acredite que, se Nelson Fayad não emplacar — se tornando “campeão” do segundo lugar —, prefeito pode bancá-lo.

Há os que postulam que Nelson Fayad está apenas reservando a vaga para o “verdadeiro” candidato de Adib Elias — o deputado estadual Jamil Calife, do pP, que teria, inclusive, a simpatia do Palácio das Esmeraldas (leia-se governador Ronaldo Caiado, do União Brasil).

A oposição vai se concentrar em algumas questões. Primeiro, na crítica ao continuísmo. Adversários dizem que Adib Elias, porque está há muito anos no poder — em seu quarto mandato —, se comporta como “dono da cidade”, comprando brigas para o setor público que, na verdade, são pessoais. Segundo, na questão da água. Às vezes falta água nas casas e, não raro, a água chega suja às torneiras. Terceiro, de acordo com o economista Júlio Paschoal, há esgoto escorrendo a céu aberto em algumas ruas da cidade. Quarto, o prefeito estaria governando mais para os ricos do que para os pobres. Quinto, Adib Elias construiu um hospital que se tornou um elefante branco que a prefeitura não tem a mínima condição de bancar. Sexto, o suposto autoritarismo do gestor municipal, que fica “agressivo” com seus críticos, como o radialista Mamede Leão e outros. (E.F.B.)