Cargos: os vencedores, os perdedores e o governador Ronaldo Caiado

19 janeiro 2023 às 12h26

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Ronaldo Caiado (União Brasil) foi reeleito governador numa ampla aliança que teve ao menos 277 vencedores, contados os 233 prefeitos que apoiaram, mais os eleitos em outubro: 31 deputados estaduais, 11 federais, ele próprio e seu vice, Daniel Vilela (MDB). Quem ganhou a eleição pouco tem falado em cargos, ao contrário dos derrotados, que desejam estar em todas as listas de ocupantes de primeiro escalão e presidência de grandes agências e empresas, como a Saneago. Tem mais gente plantando notícias (não paga imposto) que plantando soja. E, no jogo da ocupação de espaço, quem solta fakes ao vento colhe tempestade.
Como é normal, nas últimas semanas, entre tratamento e repouso, Ronaldo Caiado não pôde vir a Goiás sequer para tomar posse e já tinha dezenas de supostos interlocutores se dizendo enviados de notícias diretamente de São Paulo. Quem conhece o governador sabe que não manda recados. Chegou direto para a fazenda, em Americano do Brasil, próximo a Anicuns, a menos de 100 quilômetros de Goiânia. É perto, mas longe dos caçadores de boquinha, pois a família blindou o governador durante o restabelecimento. E detalhe: ele está mais preocupado com o Estado do que com cargos.
Segundo fontes categorizadas, Ronaldo Caiado não tem falado com ninguém a respeito de cargos, muito menos com os recusados pelas urnas (que, claro, também participaram da campanha majoritária em termos majoritárias. Não se ganha eleição só com vencedores). Dá indícios de que manterá a receita de sucesso do primeiro mandato, de mesclar técnicos e administradores públicos, locais e importados, homens e mulheres, jovens e experientes. Os escolhidos de verdade conservam o silêncio. Os que realmente contam na seara política estão de boca fechada, rezando dia e noite para não sair em lugar nenhum que são cotados para determinada secretaria. Caso contrário, não ganharão nem superintendência. Quer a Saneago e vai entrar pelo cano. Deseja o Detran e não arruma nem lugar para estacionar. Um amigo, este de verdade, de Ronaldo Caiado conta que ele tem mais ojeriza daqueles que, em busca de votos para si mesmos, mesmo não tendo conseguido os tais votos, se sentem responsáveis pela campanha do governador e, em consequência, pela vitória que foi do povo, não de investidores ou supostas lideranças. A parada foi entre Ronaldo Caiado e o eleitor. E os eleitores o mantiveram no poder, e no primeiro turno.