Caiado escolheu delegado-geral da Polícia Civil de modo republicano, diz sindicalista

28 abril 2020 às 14h28

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Bolsonaro escolheu para chefiar a PF um amigo dos filhos. Em Goiás, a polícia indicou o delegado-geral e o governador Caiado o bancou
Diferentemente da condução do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para escolher o novo diretor-geral da Polícia Federal, em Goiás verifica-se atitudes mais republicanas na escolha do delegado-geral da Polícia Civil. A avaliação é do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Paulo Sérgio Alves de Araújo, para quem essa conduta, baseada em critérios técnicos, é positiva para as instituições de investigação.

“Mesmo com o poder para indicar, o Executivo tem acatado as indicações da própria instituição”, avalia Paulo Sérgio, citando como exemplo a nomeação do atual delegado-geral, Odair José Soares. Mesmo sem previsão legal, a categoria realizou votação para apontar, entre os delegados de classe especial, aqueles que os policiais gostariam de ver ocupando o cargo máximo da instituição. Odair José foi o mais votado e foi o escolhido pelo governador Ronaldo Caiado.
A lista tríplice foi enviada ao governador Ronaldo Caiado. O diretor precisou de um respaldo de instituições como o Sinpol para ser nomeado.
“Ou seja, o presidente ou governador, mesmo podendo intervir, ele não deve. Porque esse tipo de atitude precisa ser republicana, respeitando as instituições. É preciso afastar a decisão política de um trabalho que é do Estado”, comenta o presidente do Sinpol.
Paulo Sérgio reitera a importância da independência das instituições que são pilares do Estado Democrático de Direito. Pois as instituições precisam de um nome preparado técnica, moral e psicologicamente para a função.