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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, sabe — como sabia Antônio Carlos Magalhães, da Bahia — que o polítido só é forte na corte se for forte em seu Estado.

Por isso, Ronaldo Caiado está operando no país, para ser candidato a presidente da República, mas sem perder de vista a disputa estadual.

Político organizado, de uma disciplina férrea — dos que fazem política (e, sim, gestão) quase 24 horas por dia —, Ronaldo Caiado está operando, com sua discrição habitual, a montagem de chapas para deputado federal e estadual.

Sabendo que a chapa para deputado federal do União Brasil será muito forte — com a possibilidade de eleger de quatro a cinco parlamentares —, Ronaldo Caiado deve auxiliar na montagem de chapas de outros partidos, como o MDB e o pP (este, a rigor, federado com o União Brasil e, por isso, tende a apresentar apenas um candidato, o deputado federal Adriano do Baldy).

Há possibilidade de se alocar, por assim dizer, candidatos no Republicanos e no Podemos? Há. Quem? Ainda não se sabe.

O momento é de conversas, e a coisa só vai ficar séria mesmo em março, último prazo para filiação para quem vai disputar mandato eletivo. Mudanças partidárias vão ocorrer — algumas delas surpreendentes.

 A deputada federal Flávia Morais, do PDT, está conversando com dirigentes do MDB e do União Brasil. Por enquanto, sua prioridade é o MDB.

Afinada com Ronaldo Caiado, a deputada federal Lêda Borges não ficará no PSDB de Marconi Perillo. Estuda a possibilidade de se filiar ao União Brasil e, sobretudo, ao Republicanos.

A base governista deve perder um deputado federal, Zacharias Calil, que deve se filiar ao PL, em março, não para disputar a reeleição. Ele tem dito a aliados que, se não for candidato a senador, deixará a política. Está cada dia mais afinado com o senador Wilder Morais e perdeu sintonia com Ronaldo Caiado e Daniel Vilela.

A base governista pode ajudar o deputado federal Glaustin da Fokus a constituir uma chapa para a Câmara? É provável. Porque hoje, se uma chapa não for montada, o parlamentar terá dificuldade de se reeleger.

O União Brasil contará com uma chapa fortíssima para deputado: Bruno Peixoto (fala em sair, mas a cúpula do partido avalia que, em nome da razão, ficará), Delegado Waldir Soares, Jânio Darrot (citado por um articulador do UB), Paulo do Vale (poderá ir para o MDB), Pedro Sales, Silvye Alves e José Nelto.

“Não se pode ter apenas ‘dragão’ numa chapa para deputado. Por isso, alguns candidatos serão redistribuídos para outras chapas. Lucas Calil, Lêda Borges e Flávia Morais podem se filiar ao UB? Podem. Mas também podem ser descolados para outros partidos, como o Republicanos ou o Podemos”, afirma um líder do UB.

Marcelo Baiocchi figura como possiível candidato pelo UB, pelo MDB, pelo PL ou pelo Republicanos. (E.F.B.)